Por esses dias, a Netflix lançou o filme “O Mundo Depois de Nós”, uma ficção apocalíptica, trazendo um suspense que apresenta um cenário de fim de mundo. O filme é uma crítica muito atual do sistema de coisas que vivemos, mostrando toda fragilidade de uma sociedade que se tornou absolutamente dependente da tecnologia. No filme as pessoas ficam sem energia e internet, itens que quando faltam em tal proporção é certeza de caos.
E esse final de ano, o que dizer deste Natal? As repetidas discussões quanto a data quero deixar de lado, todos nós, ou a grande maioria pelo menos, sabemos que o nascimento do Rei não se deu em dezembro. Meu ponto, neste texto é outro, é sobre o chamado “clima natalino”, que simplesmente sumiu.
Em certo sentido lembra um pouco o que aconteceu na Copa do Mundo. O tal “clima de copa” desapareceu das ruas. O evento esportivo mundial se aproximava e nada. Aconteceu e... nada! Aqui onde sento, reflito e observo, tenho visto esse padrão se repetir, eventos consagrados pela tradição já não motivam como antes, as pessoas parecem cansadas, sabem que os tais “climas” passam e tudo seguirá na mesma.
Como no filme da Netflix, o “natal depois de nós” também enfrenta quedas. No filme faltaram energia e internet. Na festa natalina, a cada ano, falta o que não poderia faltar, o aniversariante. A cada ano sobra mais e mais comércio, falta mais e mais fé, obediência e fidelidade Àquele que nasceu na cidade de Davi.
O Natal depois de nós ficou chato, frio, egoísta, mecânico, previsível, com os mesmos panettones e amigos secretos nada secretos. Virou um tempo de festinhas cansativas, enfadonhas, cheias de risos e companhias hipócritas, afinal, depois de nós isso é o que restaria, porque sempre que “nós” viramos o centro da festa, a festa perde, a graça, a razão, o significado.
Natal é nascimento. É vida. É paz na terra aos homens de boa vontade. É estrela iluminando as muitas noites escuras da alma. É júbilo. É gente vindo presentear ao Rei, celebrar ao Rei, adorar ao Rei. Natal assim acontece de janeiro a janeiro, cada dia que o Cristo nasce e transforma realidades.
O verdadeiro natal acontece antes de nós e para sempre nos muda. Na linguagem apostólica, “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a pela fé do Filho de Deus...” Gálatas 2:20. Nunca se esqueça e jamais se deixe enganar, o Natal nunca foi sobre coca-cola e vídeos emocionantes, sempre foi sobre o menino Deus que se encarnou e veio ser Emanuel pra todos os povos.
E o mundo depois de nós? Deixa no seu final uma preciosa lição, aconteça o que acontecer, nosso bunker é nossa família. Valorize, ame, defenda e se mantenha unido com sua família, pois nos momentos das lutas será aí seu lugar de refúgio. Se o Natal já aconteceu em seu lar, toda época será época de reafirmar e bradar: eu e minha casa serviremos ao Senhor!
Edmilson Ferreira Mendes é escritor, pastor, teólogo, observador da vida.
* O conteúdo do texto acima é uma colaboração voluntária, de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.
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