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Suprindo para ser suprido

Se quisermos ter as nossas necessidades supridas, devemos ser instrumentos de suprimento a outros.

fonte: Guiame, Luciano Subirá

Atualizado: Quarta-feira, 2 Outubro de 2019 as 4:53

(Foto: Getty)
(Foto: Getty)

Um dos textos mais citados pelos crentes ao se referirem à provisão divina é Filipenses 4:19, que declara que Deus suprirá, em Cristo Jesus, cada uma das nossas necessidades, segundo as Suas riquezas em glória. Mas muitos não conseguem enxergar o fato de que este texto não foi citado isoladamente, mas dentro de um contexto bem específico – a Lei do Dar e Receber! Paulo disse àqueles irmãos filipenses que, por terem suprido as suas necessidades através dos donativos enviados, Deus certamente supriria as necessidades deles:

“Recebi tudo e tenho abundância; estou suprido, desde que Epafrodito me passou às mãos o que me veio de vossa parte como aroma suave, como sacrifício aceitável e aprazível a Deus. E o meu Deus, segundo a sua riqueza em glória, há de suprir, em Cristo Jesus, cada uma de vossas necessidades.” (Filipenses 4.18,19)

Se quisermos ter as nossas necessidades supridas, devemos ser instrumentos de suprimento a outros. Muitos de nós impedimos que Deus nos dê por não praticarmos a lei que Ele mesmo estabeleceu para que Ele pudesse dar a nós. Recusamo-nos a suprir a Casa de Deus e as necessidades de outros, por meio da contribuição, e depois não entendemos porque não somos supridos pela intervenção divina!

Entendendo a bem-aventurança

Ao falar com os presbíteros de Éfeso, Paulo citou uma afirmação do Senhor Jesus, aprendida diretamente de Cristo, que nos revela um princípio do reino espiritual:

“Tenho-vos mostrado em tudo que, trabalhando assim, é mister socorrer os necessitados e recordar as palavras do próprio Senhor Jesus: Mais bem-aventurado é dar que receber.” (Atos 20.35)

Em outras palavras, o Senhor Jesus disse que é melhor dar do que receber. Acredito que este versículo expressa uma profunda verdade, que interessa não somente aos pugilistas, mas também a cada um de nós. Normalmente pensamos que dar significa perda, e receber significa lucro, pois, através do dar, deixamos de ter algo, e, através do receber, ganhamos algo.

Mas a bem-aventurança do dar não é só uma virtude espiritual, que nos proporcionará um galardão futuro lá na glória. Dar é melhor do que receber já aqui, nesta terra! Se só recebemos algo de alguém, a coisa termina por aí mesmo, para nós, e não se torna progressiva. Somente a outra pessoa fica com um crédito espiritual. Mas, se damos, acionamos uma lei espiritual que nos levará a recebermos mais do que o que demos (Lc 6.38). Portanto, dar é melhor do que receber, pois, ao recebermos, a nossa bênção está limitada somente ao que recebemos, e nada mais! Porém, através do dar, geramos um ciclo da liberação divina que sempre nos leva a termos mais do que tínhamos antes de darmos.

Quebrando o egoísmo

Somos extremamente egoístas – a ponto de pensarmos em dar a alguém só para recebermos mais em troca. Porém, o sistema segundo o qual Deus trabalha conosco na Lei do Dar e Receber é justamente uma forma de se quebrar o egoísmo. Ele nos ensina a darmos porque Ele não quer que estejamos presos a nada. E, quando nos desprendemos, Ele sabe que estamos demonstrando maturidade para recebermos mais.

Para muitos crentes hoje, o fato de serem abençoados financeiramente não significaria uma bênção tão grande assim, pois, devido ao seu egoísmo e imaturidade, prejuízos poderiam ocorrer até mesmo com a entrada de recursos financeiros.

O Filho Pródigo que o diga! Ele não tinha maturidade alguma para receber o que recebeu. Assim sendo, dissipou tudo! Através do nosso dar, da nossa liberação sincera e despretensiosa, acionamos um princípio pelo qual podemos receber de Deus. Mas a dádiva egocêntrica não se enquadra no todo das leis divinas quanto ao dar e receber. É o caso da filantropia espírita por exemplo.

Vemos pessoas na Bíblia que deram sem ser abençoadas, como Ananias e Safira, por exemplo. O ato de dar não pode ser visto isoladamente. Assim como falamos da semente que precisa morrer para germinar e frutificar, assim também, na Lei do Dar e Receber, o dar tem que ser uma entrega que quebre o egoísmo.

Não negamos que o próprio Deus instituiu a Lei do Dar e Receber, mas isto não quer dizer que barganhar com Ele seja a forma de se receber algo. Dar é melhor do que receber porque é uma ajuda no processo de se quebrar o egoísmo e nos prepara para recebermos com uma atitude melhor.

Texto extraído do livro “O Propósito da Família”

Luciano P. Subirá é o responsável pelo Orvalho.Com – um ministério de ensino bíblico ao Corpo de Cristo. Também é pastor da Comunidade Alcance em Curitiba/PR. Casado com Kelly, é pai de dois filhos: Israel e Lissa.

*O conteúdo do texto acima é de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

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