Governo do Brasil lidera países em aliança internacional antiaborto

Com o fim do governo de Donald Trump nos EUA, o Brasil se tornou protagonista na luta global contra o aborto.

fonte: Guiame, com informações da Folha de S. Paulo

Atualizado: Sexta-feira, 14 Janeiro de 2022 as 3:50

Ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves. (Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
Ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves. (Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Os governos do Brasil e dos Estados Unidos passaram a liderar uma aliança internacional contra o aborto em 2020, na época encabeçada pela ministra Damares Alves e o ex-secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo.

Com o fim do governo de Donald Trump nos EUA, o Brasil se tornou protagonista na luta global contra o aborto.

Com mais de um ano de existência, a aliança nasceu em 2020 com a assinatura da Declaração Consensual de Genebra, um acordo internacional firmado em parceria entre Brasil, EUA, Egito, Hungria, Indonésia e Uganda.

O acordo tem como um de seus pilares garantir que “em nenhum caso o aborto seja promovido como um método de planejamento familiar”. O documento já soma 36 países como signatários. A Rússia acaba de aderir a declaração.

Ao noticiar a liderança do Brasil na luta contra o aborto nesta quinta-feira (13), o jornal Folha de S. Paulo apresentou uma análise na coluna de Sônia Corrêa e Gustavo Huppes:

“Sem considerar compromissos internacionais firmados pelo Brasil e contradizendo a definição constitucional do direito à vida, o Consenso de Genebra tem sido usado pelo governo como instrumento de promoção da agenda ultraconservadora comandada pela ministra Damares Alves”, afirmou a publicação.

O texto ainda defende que “a agenda antigênico e antiaborto” da ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos atua “na contramão da história diplomática brasileira de defesa da igualdade de gênero e dos direitos sexuais e reprodutivos”.

Brasil na luta contra o aborto

Nesta sexta-feira (14), Damares considerou a análise da Folha uma “distorção macabra”. 

“No passado, o Brasil saía por aí financiando obras para governos ditadores e de esquerda. Agora a gente sai pelo mundo defendendo os bebês no ventre materno”, ela afirmou nas redes sociais.

“Acusam o presidente Jair Bolsonaro de genocida, mas é o time dele que está salvando vidas, em todo o mundo, do mais terrível de todos os crimes, que é matar uma criança enquanto ela dorme por meio do aborto”, acrescentou a ministra.

Damares declarou ainda, em letras garrafais, que o Brasil de fato assumiu o protagonismo mundial contra o aborto.

“Estamos lutando contra o aborto. Somos também o país que mais vacina no mundo. O governo Bolsonaro se preocupa com a vida humana em todos os seus estágios, em todas as instâncias”, disse ela, em apoio ao presidente. “Ser uma das líderes na defesa da vida intrauterina no mundo é uma honra. Esta é a missão da minha vida e faz muito tempo.”

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