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O que dizer da tristeza...

A tristeza pode ser uma emoção desagradável, mas está longe de ser negativa.

fonte: Guiame, Clarice Ebert

Atualizado: Sexta-feira, 30 Maio de 2025 as 9:45

(Foto: Unsplash/Eric Ward)
(Foto: Unsplash/Eric Ward)

A tristeza, muitas vezes é vista como uma emoção negativa e que deveria ser eliminada. Dizem que é coisa de gente desregulada e fraca, pois os fortes simplesmente chutam a tristeza, engolem o choro, se aprumam e seguem em frente, sem “mimimi”. Mas, isso é um grande equívoco e pode levar ao adoecimento mental.

A tristeza pode ser uma emoção desagradável, mas está longe de ser negativa. Ela tem funções altamente relevantes em nossa vida. Quer a reconheçamos ou não, quer a acolhamos ou não, todos a sentimos em algum momento.

Ela pode ser um sinal de que alguma dor insiste em permanecer, mas que já não cabe mais. Não cabe mais na rotina da vida — seja no casamento, na família, no trabalho, no ministério ou nas amizades. Não cabe mais no corpo nem na alma. É uma dor que clama por reconhecimento e acolhimento, precisando ser vista mais de perto. Não para alimentar autocomiseração, vitimização ou coitadismo, mas para que o sofredor encontre outra forma de vida, uma que não seja mediada pela dor. Para não se acostumar por tempo demais com esse sofrimento, talvez seja necessário procurar ajuda.

Por outro lado, a tristeza nem sempre sinaliza alguma dor, pois pode também sinalizar que é necessário pausar para despertar-se para algo novo. Às vezes, ela pode nos conduzir a um mergulho em nossa interioridade. Muitas vezes, é necessário aquietar para redescobrir que não somos o centro do mundo, pois “o grande “EU SOU não sou eu”. (Salmos 46:10)

Em meio a muitos barulhos, podemos alienar, mas na quietude meditativa podemos despertar. Nesse silêncio, encontramos um espaço para encarar nossas fragilidades com coragem, banhá-las com a graça do Eterno e renovar a esperança de que há misericórdia para cada uma delas.

É no silêncio da alma que ouvimos a voz divina, que nos chama a confiar e descansar em Sua presença amorosa. A pausa que a tristeza nos traz não é um fim, mas um intervalo necessário para fortalecer nossas raízes e esperar pelo novo que está chegando.

Assim como o inverno prepara a terra para a primavera, a tristeza, quando acolhida com amor, graça e paciência, prepara nosso coração para um novo florescimento.

 

Clarice Ebert (@clariceebert) é psicóloga (CRP0814038), Terapeuta Familiar, Mestre em Teologia, Professora, Palestrante, Escritora. Sócia do Instituto Phileo de Psicologia, onde atua como profissional da psicologia em atendimentos presenciais e online (individual, de casal e de família). Membro e docente de EIRENE do Brasil.

* O conteúdo do texto acima é uma colaboração voluntária, de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

Leia o artigo anterior: Que tal começar as conversas difíceis com um sorriso?

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