A cristã refugiada, contou que, aos 12 anos de idade, descobriu que havia um fundo falso numa das gavetas de sua casa. “Quando puxei, encontrei um livro estranho guardado. Abri e li as primeiras páginas do livro de Gênesis”, relatou.
O tal “livro estranho” era a Bíblia. Na Coreia do Norte, qualquer pessoa que encontra as Escrituras ou descobre que os pais seguem o cristianismo, devem denunciá-los ao governo, para que sejam levados a um campo de trabalho forçado.
Kim disse que ficou muito confusa: “Eu só li Gênesis 1.1, onde diz que Deus, no princípio criou os céus e a terra. Daquele dia em diante eu só conseguia pensar nessas palavras: Criação, céus e terra, princípio. Mas eu não entendia nada. Na época, eu só pensava em sacrificar a vida pelo Partido Comunista, pois era isso que nos ensinavam na escola”.
“Perguntei ao meu pai sobre o livro e sobre essas palavras. Ele me levou para fora e começou a falar sobre Deus mostrando a natureza. Naquela ocasião, ele revelou sobre sua fé cristã e eu também me converti”, continuou.
Os anos se passaram, Kim se casou com um homem que seu pai evangelizou e que se converteu também. Os dois tiveram que viver 1 ano nas montanhas, até que pudessem chegar à China. O casal passou por Mianmar até, finalmente, se estabelecer na Coreia do Sul.
Primeira visita ao Brasil
“Eu não fazia ideia que as igrejas no Brasil estavam orando pela Coreia do Norte. Foi um choque para mim”, disse a norte-coreana Kim Sang-Hwa, que fugiu de seu país por causa da perseguição aos cristãos.
Em sua primeira visita ao Brasil, quando esteve na Igreja Batista Central, em Santo André, no dia 16 de fevereiro, ela compartilhou seu testemunho e deu detalhes sobre sua fuga, em entrevista exclusiva ao Guiame.
Ao todo, no estado de São Paulo, ela visitou 17 igrejas e disse que os brasileiros são amorosos: “Vi aqui cristãos muito puros. Não há falsidade, foi isso que senti. É assim que a Igreja deve ser”, disse.
Deus está abrindo os olhos dos cristãos no Brasil: “Haverá avivamento”
Kim Sang-Hwa disse que ficou impactada ao ver crianças, adolescentes e jovens brasileiros orando fervorosamente pela Igreja Perseguida. “A Igreja no Brasil está sendo avivada”, observou.
Segundo a cristã perseguida, em breve haverá um avivamento no país: “Percebi que os cristãos brasileiros são muito puros. Deus soprou esse fervor aqui. Os mais jovens estão dispostos a se tornarem missionários. Deus plantou neles o desejo de buscar o Reino de Deus”.
Além disso, Kim apontou para a importância de haver líderes que inspirem a igreja para viver um tempo mais profético.
“O diabo que plantar a divisão para destruir a nossa fé”
Atualmente, Kim viaja com a Missão Portas Abertas por diversos países pregando o Evangelho e contando esse testemunho. Ela finaliza dizendo que a Igreja no mundo precisa ser fortalecida: “O diabo que plantar a divisão para destruir a nossa fé”.
“Precisamos crescer espiritualmente e entender que a perseguição e as provações colaboram para uma Igreja mais madura e preparada para o tempo do fim”, disse ainda. “O fim dos tempos está muito, muito perto”, concluiu.
Por Cris Beloni, jornalista cristã, pesquisadora e escritora. Lidera o movimento Bíblia Investigada e ajuda as pessoas no entendimento bíblico, na organização de ideias e na ativação de seus dons. Trabalha com missões transculturais, Igreja Perseguida, teorias científicas, escatologia e análise de textos bíblicos.
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