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Soldado de Cristo: Aprenda a usar o “escudo da fé” e apague as setas inflamadas do maligno

Batalhas Espirituais.

fonte: Guiame, Cris Beloni

Atualizado: Segunda-feira, 2 Maio de 2022 as 1:25

Escudo da fé. (Foto: Stevegdadart.com)
Escudo da fé. (Foto: Stevegdadart.com)

“Usem o escudo da fé, com o qual vocês poderão apagar todas as setas inflamadas do Maligno.” (Efésios 6.16)

Nos estudos anteriores aprendemos sobre o cinto da verdade, couraça da justiça e sandálias da paz. Verdade, justificação e paz. Neste estudo vamos aprender sobre o escudo da fé.

Qual a utilidade do escudo da fé?

Os escudos antigos eram feitos de madeira e cobertos de couro de animal. Em alguns casos, o revestimento era feito em metal.

É muito provável que o apóstolo Paulo tenha se referido ao escudo de grande porte que o soldado romano usava durante uma guerra, que media aproximadamente 1,20m de altura e 75 cm de largura. Esse era um tamanho capaz de proteger todo o corpo.

Historiadores explicam que era comum, em determinados momentos da batalha, que todos os soldados ficassem juntos formando um paredão com seus escudos. Essa era uma maneira estratégica de proteção durante o lançamento dos “dardos inflamados” pelo exército inimigo.

Dardo e lança — o dardo, que também é conhecido por seta, era uma arma de arremesso constituída por uma haste de madeira, munida de uma ponta de ferro, cobre, bronze ou pedra talhada.

A diferença entre o dardo e a lança era a sua utilização durante uma guerra. O dardo [que era mais leve] era arremessado antes que as duas frentes se envolvessem na batalha corpo a corpo. A lança [mais pesada] tinha a ponta mais larga e afiada dos dois lados a fim de ferir os soldados do exército inimigo, já no meio da batalha.

Dardos inflamados — tinham suas pontas mergulhadas numa mistura de piche altamente inflamável. Os soldados lançavam esses dardos com fogo, que eram armas letais. Porém, quando um desses dardos cravavam na superfície resistente do escudo, o fogo se apagava imediatamente.

Como manusear o escudo da fé?

O escudo romano é uma simbologia que coloca a fé como a nossa maior defesa no mundo espiritual. Quer dizer que a fé é capaz de nos blindar durante a guerra intelectual que travamos diariamente. Já vimos através deste estudo, que a nossa mente é o maior foco do inimigo.

Ele tenta distorcer a palavra de Deus e inverter ideias e valores na sociedade para tirar o nosso olhar da vida eterna. Se perdermos a fé, perderemos a nossa maior proteção e seremos facilmente atingidos por pensamentos do mundo.

São esses pensamentos que são chamados metaforicamente de “dardos inflamados do inimigo”.  Veja como a Bíblia enaltece a importância da fé:

“Porque vivemos por fé, e não pelo que vemos.” (2 Coríntios 5.7)

“...é pela fé que vocês permanecem firmes.” (2 Coríntios 1.24)

“...o meu justo viverá pela fé.” (Hebreus 10.38)

“...a prova da sua fé produz perseverança.” (Tiago 1.3)

Os apóstolos sabiam que sem fé não conseguiriam vencer as lutas. É por isso que eles pediram para Jesus:

“Aumenta a nossa fé! Ele respondeu: Se vocês tiverem fé do tamanho de uma semente de mostarda, poderão dizer a esta amoreira: Arranque-se e plante-se no mar, e ela lhes obedecerá.” (Lucas 17.5-6)

Jesus utilizou uma hipérbole [figura de linguagem que utiliza o exagero], que era muito típico nas argumentações rabínicas, para dizer que a fé realiza coisas impossíveis.

Mas, para entender a fé é preciso estar mais conectado com o mundo espiritual, porque a razão humana não compreende aquilo o que não pode ser visto. Em 1 Timóteo 3.9 diz que a fé é um mistério e em Hebreus 11.1 diz que a fé é a certeza daquilo o que esperamos e uma prova das coisas que não vemos.

Por isso, não tente entender a fé pelos olhos humanos e não busque racionalizar o que é espiritual. Apenas absorva o que a Bíblia diz sobre a fé.

  • A fé cura (Lucas 18.42)
  • O alvo da fé é a salvação das almas (1 Pedro 1.9)
  • A fé encoraja (Romanos 1.12)
  • A fé justifica (Gálatas 3.24)
  • A fé é uma manifestação do Espírito (1 Coríntios 12.7-9)

Que essa fé seja o seu escudo contra as ciladas e armadilhas do diabo. O guerreiro que é habilidoso com o seu escudo passa tranquilamente pelo campo de batalha sem ser atingido. Os dardos inflamados certamente virão, então se mantenha vigilante.

Como utilizar o escudo da fé?

A essa altura do nosso estudo, você já deve ser capaz de cingir-se do cinto da verdade, vestir a couraça da justiça, usar as sandálias da paz e agora vai aprender a utilizar o escudo da fé.

1º) Identifique os dardos inflamados

Existem alguns pensamentos e sentimentos que “queimam” dentro de nós. Já teve essa sensação? Já sentiu algo arder em seu coração? Você precisa identificar de onde vem esse fogo. Quando vem de Deus, o fogo purifica e quando vem do maligno, fere e consome por dentro, de uma maneira muito ruim.

Deus perguntou a Jeremias:

“Não é a minha palavra como o fogo?” (Jeremias 23.29)

O Anjo do Senhor apareceu a Moisés numa chama de fogo que saía do meio de uma sarça (Êxodo 3.2). Deus acompanhou os israelitas pelo deserto como uma coluna de fogo, durante a noite, para iluminá-los (Êxodo 13.21).

João Batista disse que Jesus chegaria para batizar com o Espírito Santo e com fogo (Mateus 3.11). O autor da carta aos Hebreus disse que “Deus é fogo consumidor” (Hebreus 12.29).

“Amados, não se surpreendam com o fogo que surge entre vocês para os provar, como se algo estranho lhes estivesse acontecendo.” (1 Pedro 4.12)

Quando Pedro escreveu isso, ele usou o “fogo” no sentido figurado, apontando para as provações que vinham sobre os cristãos. Era uma advertência sobre a realidade do sofrimento, mas como algo positivo, visando a purificação. Essa ideia é muito usada na Bíblia.

“Veja, eu refinei você, embora não como prata; eu o provei na fornalha da aflição.” (Isaías 48.10)

Agora que já entendemos como as Escrituras utilizam a metáfora do fogo no sentido de purificação, pois é um fogo que vem da parte de Deus, vamos ver como o inimigo usa o fogo, metaforicamente, para ferir o ser humano, através dos “dardos inflamados”.

Fogo profano [ou estranho]

“Nadabe e Abiú, filhos de Arão, pegaram cada um o seu incensário, nos quais acenderam fogo, acrescentaram incenso, e trouxeram fogo profano perante o Senhor, sem que tivessem sido autorizados.” (Levítico 10.1)

Você se lembra da história desses dois sacerdotes que foram rejeitados por Deus? Segundo comentários do hebraísta Luiz Sayão, na Bíblia Brasileira de Estudo [página 182] “os filhos de Arão morreram porque ofereceram um culto estranho”, ou seja, fora dos padrões divinos estabelecidos. Perceba que os versículos anteriores narram o momento em que Arão ofereceu um sacrifício que agradou a Deus e ao povo:

“Saiu fogo da presença do Senhor e consumiu o holocausto e as porções de gordura sobre o altar. E, quando todo o povo viu isso, gritou de alegria e prostrou-se rosto em terra.” (Levítico 9.24)

Possivelmente, Nadabe e Abiú, vendo isso, quiseram mostrar que também eram capazes, mas “seu fogo estranho, foi o fogo do espetáculo, o fogo do culto a si mesmos. Eles pecaram quando não cultuaram de fato a Deus”.

Esse texto ilustra bem o quanto o orgulho queimou dentro deles. O orgulho é “fogo estranho”, por isso o fogo de Deus, nesse caso, foi lançado em forma de justiça.

“Então saiu fogo da presença do Senhor e os consumiu. Morreram perante o Senhor.” (Levítico 10.2)

Se você consegue identificar um pensamento que “queima dentro de você”, de uma forma destruidora e maligna, é hora de usar o escudo da fé. Entenda que o inimigo envia setas inflamadas como dúvida, confusão, medo, ciúmes [obsessão], paixão [fora dos costumes naturais], malícia, maldade, raiva, corrupção, vícios. Se você precisa de exemplos, aí vão alguns:

Dúvida — Será que Deus existe mesmo?

Confusão — E se as outras religiões estiverem certas? E se Jesus for uma invenção da mente humana?

Medo — E se nada der certo em minha vida?

Ciúmes — Será que a pessoa que eu mais amo está me traindo?

Paixão fora dos costumes naturais — Acho que estou sentindo algo por alguém do mesmo sexo.

Malícia — E se eu experimentar apenas uma vez?

Maldade, raiva — Dessa vez vou me vingar.

Corrupção — Pagando bem, que mal tem?

Vícios — Minha vida está muito difícil, preciso de um alívio.

São apenas exemplos, mas você pode acrescentar a essa lista os seus próprios pensamentos.

2º) Use o escudo da fé

Agora chegou a hora de você levantar o escudo da fé. Assim que identificar um “dardo inflamado” que é um pensamento destrutivo, você precisa levantar o escudo da fé. Como? Através de outro pensamento. O escudo é a sua proteção contra os ataques malignos. O inimigo sabe como atacar a cada um de nós e conhece as nossas fraquezas.

Ele não é onisciente, ou seja, não sabe o que se passa em sua mente, mas é observador e fica aguardando brechas em sua vida por onde seus dardos possam entrar.

Ele “sopra” ideias más, pensamentos sujos ou violentos e pode fazer você pensar em coisas que você nunca pensou. Aprenda a identificar as “vozes” em seu pensamento. Nem sempre é a sua voz ou a voz do Espírito Santo que está em ação.

Luta interna

Muitas pessoas travam grandes lutas dentro de si mesmas e ninguém percebe. Este pode ser o seu caso. Se você se incomoda com alguns pensamentos, não se sinta mal por isso, pois você está apenas identificando que algum dardo inflamado entrou em sua mente.

O incômodo é o primeiro sinal de uma luta. Se alguma ideia está incomodando, erga o escudo da fé. Rebata o mau pensamento com um pensamento bíblico. Lembre-se da luta que Jesus travou quando foi tentado no deserto:

“Então Jesus foi levado pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo. Depois de jejuar quarenta dias e quarenta noites, teve fome. O tentador aproximou-se dele e disse: Se você é o Filho de Deus, mande que estas pedras se transformem em pães. Jesus respondeu: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus. Então o diabo o levou à cidade santa, colocou-o na parte mais alta do templo e lhe disse: Se você é o Filho de Deus, jogue-se daqui para baixo. Pois está escrito: Ele dará ordens a seus anjos a seu respeito, e com as mãos eles o segurarão, para que você não tropece em alguma pedra. Jesus lhe respondeu: Também está escrito: Não ponha à prova o Senhor, o seu Deus. Depois, o diabo o levou a um monte muito alto e mostrou-lhe todos os reinos do mundo e o seu esplendor. E lhe disse: Tudo isto lhe darei, se você se prostrar e me adorar. Jesus lhe disse: Retire-se, Satanás! Pois está escrito: Adore o Senhor, o seu Deus e só a ele preste culto. Então o diabo o deixou, e anjos vieram e o serviram.” (Mateus 4.1-11)

Se você ainda não conhece toda a Palavra, busque a ajuda de alguém. Compartilhe seus pensamentos com uma pessoa confiável e que tenha conhecimento das Escrituras.

Acredite, se você souber usar adequadamente o escudo da fé, os dardos se apagarão antes de atingir a sua mente.

“O que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé.” (1 João 5.4)

E esse foi o estudo desta semana. Espero que tenha tirado a sua dúvida e também colaborado para o seu crescimento espiritual. Beijo no coração e até a próxima, se Deus quiser!

Por Cris Beloni, jornalista cristã, pesquisadora e escritora. Lidera o movimento Bíblia Investigada e ajuda as pessoas no entendimento bíblico, na organização de ideias e na ativação de seus dons. Trabalha com missões transculturais, Igreja Perseguida, teorias científicas, escatologia e análise de textos bíblicos.

* O conteúdo do texto acima é de colaboração voluntária, seu teor é de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

Leia o artigo anterior: Soldado de Cristo: Vista as “sandálias da paz” e pregue o Evangelho com segurança

 

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