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Quem nunca cantou o louvor “em tempos de guerra, nunca pare de lutar” da saudosa irmã Ludmila Ferber? Certamente defasou para não entregar uma lágrima escondida, sobretudo se estivesse em público, e o coração apertado, teima em continuar. Afinal, quem nunca travou uma guerra, nunca viveu o verdadeiro cristianismo. Nossa vida é uma peleja!
Creio que ao ler o primeiro parágrafo deste texto, você deve estar pensando que vou entregar mais uma dessas fórmulas mirabolantes de “batalha espiritual”. Não! Não é sobre fórmulas, mas sim sobre a única ferramenta que interfere no mundo espiritual. Sim, interfere de fato e é a própria Bíblia que nos garante este ensino:
Clama a mim, e responder-te-ei, e anunciar-te-ei coisas grandes e firmes que não sabes (Jeremias 33:3 ACF). Esta foi a segunda vez que a Palavra do Senhor veio ao profeta, quando preso junto à casa do rei de Judá (Jeremias 32:2). O profeta do Senhor estava encarcerado por ser voz do Senhor para as pessoas, por ser direcionamento de Deus para o povo. E agora, ele mesmo estava sem direção, limitado pela guarda do pátio real.
Mas não há portas fechadas para a voz do Senhor. E naquele lugar, encarcerado, Jeremias ouve a voz do Senhor convocando-o a clamar. Não há prisão, portas fechadas, barreiras ou adversidades que nos impede de ouvir a voz de Deus convidando-nos a dialogar com ele. Não há em nossas mãos, chaves para abrir as cadeias que os homens nos colocam, mas há na nossa alma, asas que podem nos levar muito além das muralhas humanas.
Deus chama o profeta para clamar pois tem resposta! E quem não sabe o que fazer, como fazer ou de onde começar a fazer alguma coisa, deve invocar o nome do Senhor para ter as respostas. A revelação acontece em lugar chamado “oração”. Clama a mim, diz o Senhor. E porque perdemos tanto tempo clamando por pessoas que não poder – ou não querem – nos ajudar. Deus pode! Deus quer!
“[...] E quando Deus quer, quem é que não quer?” já dizia um antigo louvor pentecostal. O querer de Deus é soberano. Os homens, na sua vaidade, podem fazer planos, mas a decisão vem do Senhor (Provérbios 16:1). Ah sim, eu disse acima que a oração tem poder para interferir – mas eu não disse que nós tínhamos poder para interferir em Deus, não é isso! – na verdade é o Senhor que nos convida a nos derramar nele e obter dele todo discernimento, a resposta, a vitória.
Não é uma questão dos céus se submeter a vaidade humana, mas é sobre o Senhor que abre a nossa voz, ao nosso clamor. E quer nos responder, nos direcionar, nos apascentar com sua voz mansa e suave. O Deus todo-poderoso que tem todo-conhecimento, quer ouvir o que temos a dizer em oração.
Deus, por seu onisciente, sabe tudo o que vamos dizer a Ele em oração, mas nós não sabemos o que ele tem a nos dizer: pois é sempre novo. Ele tem uma Palavra nova para o nosso coração. Nunca será algo óbvio, mas certamente impossível, impensável. E somente Deus poderia revelar tal resposta.
Portanto, amado crente em Deus, entende uma coisa muito simples: antes de ir ter com o Senhor em oração, compreenda que há uma abertura nele para ouvir as nossas obviedades, imite-o, e se abra ao impossível que Deus quer revelar a nós… “coisas grandes e firmes que não sabes”. É muito superior à nossa pequena fé, nossa razão limitada. É inabalável, pois a Palavra não muda, não volta vazia. Deus faz, Deus é! (cf. Êxodo 3:14, Isaías 43:11 e João 11:25).
A Bíblia sagrada se encerra com a revelação derradeira para a Igreja, o Livro do Apocalipse. João também estava preso em um lugar que poderia ser facilmente chamado de “inferno na terra”. Ali, o Senhor, revelou aquele servo, o futuro glorioso da Igreja. Não importa o lugar onde estamos aprisionados, basta clamar que as paredes, que nos limitam, cairão por terra, diante do poder ilimitado, infinito da revelação. Nenhuma muralha, nem correntes, nem ferrolhos podem deter Deus falar com quem o clama.
Daniel Ramos (@profdanielramos) é professor de teologia deste 2013 pela EBPS (Assembleia de Deus em Belo Horizonte). Graduado em Teologia pela PUC Minas (2013), pós-graduação em Gestão de Pessoas pela PUC Minas (2015), especialista em Docência em Letras e Práticas Pedagógicas pela FACUSLESTE (2023) e Licenciatura em Letras Português-Inglês pela UNICV (2024). Membro da Assembleia de Deus desde a infância, conferencista e autor do livro didático: Curso de Teologia Vida com Propósito (2024).
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