Já há algum tempo tenho refletido sobre superficialidades, um tema que considero relevante, dado o contexto dos dias em que vivemos quando as aparências têm sido mais valorizadas do que a essência.
Sabendo disso, muitas pessoas, até de forma inconsciente, procuram exibir só o exterior, aquilo que está à mostra, jogando a sujeira para baixo do tapete (risos), como se diz no popular.
Para impressionar ou não serem julgadas, muitas pessoas colocam aromatizadores em ambientes para mascarar o “cheiro” daquilo que não é bom, na tentativa de disfarçar a desordem interior com palavras bonitas, posturas simpáticas ou empáticas e até com atividades incessantes.
Acontece, que esse “perfume” logo passa e o problema para o qual ele foi usado permanece ali, revelando que não houve solução, apenas uma maquiagem com prazo de validade para acabar.
Então, precisamos ter em mente antes de perfumar nossa “casa” – símbolo de nossa vida – é preciso limpá-la!
De nada adianta espalhar fragrâncias sobre o que ainda está impregnado de ressentimento, mágoa ou pecado. Jesus disse: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque limpais o exterior do copo e do prato, mas por dentro eles estão cheios de rapina e intemperança” (Mateus 23:25). O Senhor deseja uma limpeza que começa por dentro.
Limpar a casa da alma exige coragem para abrir janelas antigas e enfrentar o pó acumulado do passado. As lembranças que ainda doem, palavras que nunca foram perdoadas, decisões erradas que deixaram marcas.
Muitas vezes, guardamos objetos simbólicos – relacionamentos desgastantes, hábitos nocivos, culpas persistentes – que impedem a entrada da luz. Precisamos, como está escrito em Levítico, tirar o velho para dar lugar ao novo.
O apóstolo Paulo também tem um conselho essencial que nos estimula a seguir em frente e deixar o passado: “Esquecendo-me das coisas que atrás ficam e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo” (Filipenses 3:13-14).
Veja: essa “limpeza” interior não é um ato de autopunição, mas de libertação. Além disso, ela é necessária para todos que desejam andar com Deus.
O Pai não habita em ambientes espiritualmente sujos. Ele não divide espaço com aquilo que oprime ou paralisa. Davi escreveu no Salmo 51:10: “Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova dentro de mim um espírito inabalável.” O coração limpo é o primeiro passo para sentir o perfume da presença de Deus.
A limpeza também envolve discernimento. Há situações que não podem mais permanecer – amizades que nos afastam de Deus, padrões de pensamento negativos, prisões emocionais.
Decisões precisam ser tomadas, portas fechadas, janelas abertas. Essa é a parte prática da santificação: remover o que contamina e escolher o que edifica. É nesse processo que a alma começa a respirar novamente.
Depois da limpeza, o aroma é natural. Não vem de um frasco artificial, mas da vida transformada pela graça, como disse o apóstolo Paulo disse: “Porque para Deus somos o bom perfume de Cristo” (2 Coríntios 2:15).
O verdadeiro perfume não mascara, revela. Ele exala onde há pureza e verdade. Quando o Espírito Santo encontra espaço livre dentro de nós, Ele nos enche de paz, mansidão e alegria — fragrâncias que nenhum perfume terreno pode reproduzir.
Então, antes de aromatizarmos nossa casa, vamos limpá-la. A casa limpa não é a que nunca teve sujeira, mas a que foi purificada e está aberta para o novo.
Tome essa decisão hoje!
O Pai ama você!
Darci Lourenção (@pra_darci_lourencao) é psicóloga, pastora, coach, escritora e conferencista. Foi Deã e Professora de Aconselhamento Cristão. Autora dos livros “Na intimidade há cura”, “A equação do amor”, “Viva sem compulsão” e “Devocional Minha Família no Altar”.
* O conteúdo do texto acima é de colaboração voluntária, seu teor é de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.
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