Nossa conversa interna define a nossa dor ou a nossa paz

Muitas vezes, permitimos que pensamentos negativos dominem nossa mente, criando um ciclo de dor e sofrimento.

fonte: Guiame, Darci Lourenção

Atualizado: Quinta-feira, 1 Agosto de 2024 as 3:01

(Foto: Unsplash/No Revisions)
(Foto: Unsplash/No Revisions)

Você certamente já ouviu a expressão “preciso falar com meus botões”. Chamo a esse jargão popular de conversa interna. A forma como conversamos conosco mesmos pode ser um fator determinante em nossas vidas. Esse diálogo interno que cultivamos não só molda nossas emoções, mas também influencia nossas ações e reações.

Quando fala sobre esse nosso ser interior, a Bíblia o chama de “nosso coração”. Em Provérbios 4:23, encontramos uma orientação clara a respeito disso: “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida." Viu que interessante? Guardar o coração significa vigiar a nossa conversa interna, pois é dela que emanam tanto a dor quanto a paz.

Muitas vezes, permitimos que pensamentos negativos dominem nossa mente, criando um ciclo de dor e sofrimento. Aaron Beck, um dos fundadores da terapia cognitiva, afirmou: “Aprenda a identificar e desafiar seus pensamentos negativos para mudar sua perspectiva e emoções."

Ele sugere que ao questionar e reformular nossos pensamentos, podemos alterar significativamente nossas emoções e comportamentos.

Nesse sentido, a Bíblia também nos orienta a transformar a nossa mente: "E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus" (Romanos 12:2).

Por outro lado, cultivar uma conversa interna positiva pode trazer enorme paz. Isso não significa ignorar os desafios ou as dificuldades, mas sim abordá-los com uma perspectiva fortalecedora e esperançosa.

Martin Seligman, psicólogo conhecido por seu trabalho em psicologia positiva, afirmou: "A verdadeira felicidade vem de um crescimento interno contínuo e não da eliminação de todos os problemas externos." Esse crescimento interno é alimentado pela forma como conversamos conosco mesmos, buscando encontrar a paz que vai além das circunstâncias externas.

Jesus, em suas palavras, nos oferece uma promessa de paz que não se baseia nas condições do mundo, mas na sua própria presença, ao dizer: "Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize" (João 14:27).

Essa paz, que excede todo entendimento, pode ser cultivada através de uma conversa interna fundamentada na fé e na confiança em Deus. Ao substituir pensamentos de medo e ansiedade por verdades bíblicas e promessas divinas, encontramos uma fonte inesgotável de paz.

Adotar uma postura de gratidão também é essencial para transformar a nossa narrativa interna. Paulo, em sua carta aos Filipenses, nos encoraja: "Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças" (Filipenses 4:6).

A prática da gratidão pode mudar significativamente a forma como percebemos e respondemos às dificuldades, promovendo uma mentalidade de paz e contentamento.

Resumindo, nossa conversa interna pode definir se sentiremos dor ou paz. Se adotarmos uma atitude consciente e intencional para monitorar e mudar nossos pensamentos, podemos ter uma vida mais plena e serena.

Juntar princípios bíblicos com abordagens psicológicos nos dá uma base sólida para essa transformação. Proteger o coração, renovar a mente e praticar a gratidão são passos fundamentais para alcançar a paz que todos desejamos.

 

Darci Lourenção é psicóloga, pastora, coach, escritora e conferencista. Foi Deã e Professora de Aconselhamento Cristão. Autora dos livros “Na intimidade há cura”, “A equação do amor”, “Viva sem compulsão” e “Devocional Minha Família no Altar”.

* O conteúdo do texto acima é de colaboração voluntária, seu teor é de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

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