Igrejas são pessoas. De todos os tipos, línguas e nações. Igreja acontece no ajuntamento, na comunhão, na partilha. Portanto, igreja implica em relacionamento. Não dá pra evitar, interagir com pessoas é básico, é fundamental, é necessário. Em essência, cada comunidade cristã é composta por famílias. Quando Deus começou a formação de seu povo, milênios atrás, profetizou algo que perduraria até hoje. Isso mesmo, até hoje: “Em ti serão benditas todas as famílias da terra”!
E a família, como vai? Quantas e quantas vezes já respondemos e também fizemos esta pergunta. Infelizmente, com o passar dos anos a estatística tem piorado muito, pois só aumenta o número dos que respondem: vai mal, muito mal.
Nessa hora me lembro da máxima que desde criança já ouvia nos cultos: “famílias fortes, igrejas fortes”. Se as famílias estão fracas, como esperar que as igrejas sejam fortes? Se “uma andorinha não faz verão”, e não faz, como as poucas famílias fortes poderão fazer a diferença neste tempo tão decadente?
São muitas perguntas. A cura certamente começa com a cura das famílias. Mas quantas famílias querem ser curadas? Quantas conseguem admitir que estão adoecidas? Quantas famílias percebem o distanciamento da Palavra em suas práticas diárias? Quantas famílias estão rendidas aos caprichos da carne e sem qualquer força para reagir?
Existe um texto poético em Cantares 2:5, que fala da doença da igreja e aponta o remédio que só Jesus pode dar e ministrar, diz assim: “Por favor, sustentem-me com passas, revigorem-me com maçãs, pois estou doente de amor.” Cantares aborda o amor na profundidade da intimidade entre marido e esposa. Como metáfora, também nos oferece um retrato do amor entre Cristo e a igreja.
Os casais na atualidade enfrentam suas crises por conta de amores adoecidos. Falta prazer, cumplicidade, completude, realização, felicidade. Vivem tristes e destruídos dentro de seus próprios lares, lutando com pensamentos do tipo “estou condenado a ficar escravo desta situação o resto da minha vida?”. Ou seja, falta amor verdadeiro.
E quanto a igreja? Também falta amor. O “amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, alma e entendimento” tem passado muito longe de uma igreja que decidiu viver pra si. Como assim? Explico. Já não importa o que a bíblia diz, mas sim o que a sociedade diz, a mídia diz, o guru diz, a celebridade diz, é só se adaptar, encher o templo, encher os egos, encher os bolsos, encher...
A doença passa pela falta de amor bíblico, sacrificial, doador, fiel, leal, adorador. E quanto ao remédio? O texto fala, passas e maçãs. E qual o significado?
Passas naquele tempo era alimento precioso para suportar os tempos de deserto, por isso o uso da palavra “sustentem-me”, passas dava sustentação para suportar as dificuldades e perigos do deserto.
Já as maçãs, naquela região, eram frutos extremamente doces e proporcionavam alívio e calma, por isso a expressão “revigorem-me”. Ou seja, os viajantes nos desertos precisam de passas para suportar a travessia e maças para manterem-se calmos, aliviados, enfim, vigorosos.
Quem, hoje, pode dar a casais, portanto a igrejas, “passas e maças” com tais poderes curadores? Apenas Jesus através do seu Espírito Santo. Afinal, como suportar o insuportável se não for com Jesus? Como manter a calma frente a tantos insultos e injustiças se não for com Jesus? Como sentir alívio em meio a tanta dor se não for através de Jesus?
Jesus tem o remédio para devolver um poderoso amor aos casais que de fato se arrependerem, orarem e O buscarem. E eu creio firmemente que casais curados produzirão igrejas curadas, fortes, missionais, acolhedoras, saudáveis. Experimente!
Edmilson Ferreira Mendes é escritor, pastor, teólogo, observador da vida.
* O conteúdo do texto acima é uma colaboração voluntária, de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.
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