As notícias ruins são cada vez mais ruins. Para complicar, além de ruins, são num volume cada vez maior. A inventividade humana para o mal parece não ter limites. Quando achamos que é o fim, algo ainda mais macabro acontece assustando a tudo e a todos.
Numa linha paralela, as notícias boas referentes as inovações tecnológicas também parecem não ter limites. Televisões, celulares, computadores, tablets, eletrodomésticos, carros, todos os dias somos avisados que estão melhores, mais rápidos, práticos e eficientes.
Que maluquice é essa? Perguntamos. Mal conseguimos resolver uma briga de vizinhos quando, por outro lado, estamos solucionando desafios tecnológicos que pareciam impossíveis de serem resolvidos.
Aqui entra a geração in. E não se trata de uma faixa etária específica, se trata de todos nós, ou pelo menos a maioria de nós, uma vez que estamos todos irremediavelmente envolvidos com as benesses materiais que nos seduzem.
Se por um lado o mal parece não ter fim em sua escalada, por outro, acostumados que estamos com bala perdida, sequestro, corrupção e decapitações propagadas pelos terroristas do oriente, nos tornamos atores da geração in... insensível. As coisas ruins vão se avolumando e acontecendo e já não sensibilizam mais, passaram a fazer parte da rotina, do quadro social, como irônica e cinicamente se diz, é normal.
É assustador. A insensibilidade cauterizou os sentimentos da nossa geração. Meu celular é meu mundo. Se tiver curtidas, comentários, compartilhamentos, fotos, vídeos e recados, tá bom demais! O que acontece a minha volta não é comigo, é problema do outro. Insensibilidade em altíssimo grau, servindo apenas para multiplicar as características da geração in.
Geração In... Ingrata. Vivemos no meio de gente que se acha. Se acha superior, independente, suficiente, gente que não sabe agradecer tudo que é e tem, numa falta de reconhecimento inexplicável, uma vez que somos falhos, falíveis e débeis.
Geração in... Insensata. Perdeu-se o bom senso. Não se pensa duas vezes para prejudicar, detonar e fazer ruir a vida do outro. Não importam os meios, se garantir vantagens, o outro que se exploda.
Geração in... Insubordinada. Submissão pra quê? Obedecer pra quê? Para que seguir as regras do trânsito? Por que não posso beber antes de dirigir? Por que tenho que ouvir os conselhos de pais, pastores, padres, orientadores? Por que não posso ter vários parceiros sexuais? Aff! Gente chata, careta, atrasada.
Geração in... Incapaz. A armadilha e o laço estão ali. A isca é óbvia. Tá tudo bem na cara. Mas a incapacidade, depois de tanto “in”, fica evidente. Assim, presa fácil que é, com toda insensibilidade para perceber o perigo bem a frente, esta geração vai se afundando cada vez mais na sua ingratidão, insensatez e insubordinação.
Conecte-se com a vida! A vida que vai além das falsas promessas tecnológicas que são, via de regra, incapazes de conectar sentimentos, olhares, valores, almas sedentas por relacionamentos verdadeiros, reais, profundos e acima de tudo, humanos. Não se entregue as ilusões da geração in, antes se incomode com toda e qualquer estratégia que visa apenas te anular, manipular e roubar todo o seu tempo. Lógico, recursos tecnológicos, se bem usados, com racionalidade e inteligência, podem ajudar muito. Mas nunca substituirão nossa necessidade de vida real, afeto, carinho, atenção, cumplicidade, companheirismo, riso, ombro, choro, colo. Enfim, conecte-se com o céu, pois geração eleita é o que somos, apenas em trânsito por aqui, a fim de ser sal e melhorar o sabor da vida, o que é invisível aos olhos, mas ao paladar dos sentimentos, certamente sensível.
Paz!
- Edmilson Mendes
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