Politicamente correto. Já cansou.

A expressão meio que invadiu os debates, as pautas, os discursos, virou quase uma regra, o que é um perigo para o livre pensar.

fonte: Guiame, Edmilson Ferreira Mendes

Atualizado: Quinta-feira, 26 Maio de 2022 as 2:16

(Foto: Ruthson Zimmerman/Unsplash)
(Foto: Ruthson Zimmerman/Unsplash)

Existem termos que surgem e estrategicamente vão sendo implantados no inconsciente popular. De repente, em todas as conversas, notícias, aulas, músicas, papos, se nota a presença de termos que até bem pouco tempo nem se falava sobre. “Politicamente correto” é um deles. 

A expressão meio que invadiu os debates, as pautas, os discursos, virou quase uma regra, o que é um perigo para o livre pensar. Mas é errado ser politicamente correto? Não, é a resposta certa. Porém a resposta que não é errado agir e pensar de forma politicamente correta, esbarra numa realidade escandalosa, o “politicamente correto” ultrapassou todos os limites do bom senso, virando argumento pra justificar o injustificável.

É neste contexto que seu mantra cansou. Tudo que você questiona, discorda, confronta, sempre vai aparecer um ser que se acha iluminado e com inteligência superior aos demais e colocará o rótulo: você não está sendo politicamente correto com essa sua opinião. Percebeu a armadilha? Abandona-se a legitimidade do debate de ideias e visões e rotula-se um dos lados como não sendo politicamente correto. 

Pra piorar existe todo um exército gritando esse mesmo discurso pra tentar fazer calar quem com ele não concorda. Quem forma este exército? Grande parte da mídia, dos formadores de opinião, das celebridades, pra ficar apenas em alguns segmentos. A farsa deste exército é simples: se conseguirmos grudar neles o rótulo de pessoas que não são politicamente corretas, automaticamente ocuparemos o lugar dos que são politicamente corretos e ficará fácil enfiarmos goela abaixo as pautas que quisermos. É tosco. É risível. Mas tem funcionado e causado muitos estragos. Ou seja, é chato e desprezível. Já cansou.

O incrível é que percebo sinais de cansaço em vários setores da sociedade. Não são apenas os “inconvenientes, conservadores e atrasados cristãos” que estão cansados. Gente sem fé ou com fé diferente da nossa também já não aguenta mais as imposições sociais do repetitivo, vazio e frágil argumento de que para ser aceito como uma pessoa politicamente correta você tem que obrigatoriamente aceitar uma pauta que já determinaram, ou seja, não existe mais nada a questionar, refletir ou pensar.

Tristemente muitas igrejas, através de seus pastores e líderes de ministérios os mais variados, já embarcaram no discurso. Teologias, doutrinas e liturgias cada vez mais se adaptam ao politicamente correto, afinal, defendem que é necessário atrair o mundo, dialogar com o mundo, em última análise, é preciso nos atualizar. 

Muitos já estão percebendo a canoa furada que entraram. Os prejuízos espirituais que causaram as suas comunidades. Os micos que estão pagando por irem na onda de discurso tão raso. E porque perceberam já estão reajustando o foco que nunca deveria ter sido perdido, estão voltando ao primeiro amor e buscando o único caminho que de fato alimenta e aviva uma igreja, o biblicamente correto.

“Porque do coração procedem os maus pensamentos, mortes, adultérios, fornicação, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias”, Mateus 15:19. Não se combate e nem se cura todo o arsenal de pecado que sai do coração humano com discursos politicamente corretos. Tal enfrentamento pede uma postura biblicamente correta, afinal, servimos ao Deus de amor e também de justiça.

Não confunda. Não somos juízes. Não somos chamados pra definir quem entra na vida e quem termina na morte. Mas somos chamados sim para sermos biblicamente corretos, chamando o pecado pelo nome que ele tem e que Jesus definiu, adultério é adultério, fornicação é fornicação, etc. Ou seja, anunciamos o evangelho com todo seu conteúdo, amor, graça, justiça. No mais, toda a obra é soberania do Espírito.

Este tempo que vivemos foi profetizado, o errado passaria a ser certo e o certo, errado. E isso simplesmente por conta da miséria humana nos caprichos e prazeres de sua própria e caída carne. Porém biblicamente, até que Ele venha segunda vez, o que a Palavra definiu como certo continua sendo certo, e o que a mesma Palavra definiu como errado continua sendo errado.

E depois que Ele vier? Todo mal, injustiça, erro, pecado, dor, doença, lágrima, tudo que é ruim simplesmente não mais existirá. Perdurará eternamente apenas o que é correto, o certo que foi definido por Deus e a nós deixado como herança para um bem viver. Portanto, qual a vantagem de optar pela fragilidade é evidente injustiça de grande parte dos argumentos e modos de vida politicamente corretos, em detrimento das garantias eternas de uma vida pautada por revelações e normas biblicamente corretas?

Edmilson Ferreira Mendes é escritor, pastor, teólogo, observador da vida.

* O conteúdo do texto acima é uma colaboração voluntária, de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

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