“A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós” (2Co 13.13).
A bênção apostólica é mais do que uma frase de efeito ao final do culto público. Quando o ministro celebrante, com imposição de mãos, impetra a bênção apostólica, a igreja reconhece sua necessidade de graça, amor e comunhão. Vamos destacar essas três verdades magnas.
Em primeiro lugar, a graça do Senhor Jesus Cristo, a causa da salvação. A graça do Senhor Jesus Cristo é a causa da nossa salvação. É como um manancial inexaurível, de onde jorra copiosamente, salvação para todos os que creem. Essa graça é a dádiva máxima, a quem nada merece. É a oferta suprema oferecida a quem é totalmente indigno. A salvação não é uma conquista das obras, mas uma oferta da graça. A salvação não é um troféu de honra ao mérito, requerido pelo homem, mas um presente do Rei a pecadores que nada têm a reivindicar. A salvação não é uma medalha oferecida aos que fazem jus à vida eterna, mas um presente imerecido dado a indivíduos fracos, ímpios, pecadores e inimigos de Deus. Não somos salvos por aquilo que fazemos para Deus, mas por aquilo que Jesus Cristo fez por nós. Não somos salvos pelas obras que praticamos, mas pela obra expiatória de Cristo na cruz. A graça do Senhor Jesus Cristo trouxe luz a quem vivia na escuridão. Trouxe liberdade a quem era escravo. Trouxe vida a quem estava morto nos seus delitos e pecados. Aos que merecem apenas o juízo, o Senhor oferece graça. Sempre que a bênção apostólica é impetrada, estamos declarando que fomos salvos pela graça e que necessitamos dessa graça para prosseguir vitoriosamente na vida cristã.
Em segundo lugar, o amor de Deus, a fonte da salvação. Deus não passou a nos amar por causa da morte de Jesus na cruz. Jesus foi para a cruz porque Deus nos amou. A cruz não é a causa do amor de Deus por nós, mas a sua consequência. Deus nos amou com amor eterno. Ele nos amou incondicionalmente. Seu amor por nós é abundante, imerecido e provado. Ele nunca desistiu de nos amar e de nos atrair para si com cordas de amor. Não há nada que possamos fazer para ele nos amar mais ou menos. Seu amor levou-o a dar-nos seu próprio Filho Unigênito. Deus não poupou a seu próprio Filho, antes por todos nós o entregou. Entregou-o não para morrer por homens bons e justos, mas para morrer por pecadores indignos. O amor de Deus por nós não pode ser definido em palavras. Mesmo que os mares fossem tinta e as nuvens fossem papel; mesmo que as árvores fossem pena e os homens escritores, nem mesmo assim se poderia descrever a altura, a largura, o comprimento e a profundidade do amor de Deus. Sempre que a bênção apostólica é impetrada recebemos uma chuvarada desse amor, sendo derramado em nosso coração.
Em terceiro lugar, a comunhão do Espírito Santo, o resultado da salvação. Deus Pai planejou nossa salvação, Deus Filho executou nossa salvação e Deus Espírito Santo aplica a nossa salvação. Porque Deus nos amou, o Senhor Jesus Cristo morreu por nós. O resultado é que o Espírito Santo nos convence de pecado, nos regenera, nos batiza no corpo de Cristo, nos sela para o dia da redenção e nos dá a bênção de termos comunhão com Deus e uns com os outros. Por causa da comunhão do Espírito Santo, somos ovelhas do rebanho de Cristo. Somos filhos da família de Deus. Somos ramos da Videira verdadeira. Pela obra do Espírito, todos nós, os que cremos em Cristo Jesus, somos um. Temos um só Deus e Pai, um só Senhor, uma fé, um só batismo. Somos membros uns dos outros. Temos comunhão uns com os outros. Mesmo diferentes uns dos outros, somos um. Temos unidade na diversidade. Não estamos competindo uns com os outros, mas cooperamos uns com os outros. Se um membro do corpo sofre, todos sofrem com ele; mas se outro membro é honrado, todos se alegram com ele.
Nunca menospreze a importância da bênção apostólica. Quando ela é impetrada estamos nos colocando debaixo do amor do Pai, da graça do Filho e da comunhão do Espírito Santo.
Por Hernandes Dias Lopes - pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil, escritor, membro da Academia Evangélica de Letras do Brasil e diretor executivo da Editora Luz para o Caminho.
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