“E tudo quanto pedirdes em meu nome, isso farei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho” (Jo 14.13).
Jesus estava no Cenáculo com seus discípulos. Passava-lhes suas últimas instruções. Falou para eles sobre a Casa do Pai, a segunda vinda e a promessa do Espírito Santo. Lavou seus pés, revelou-lhes seu amor e inaugurou a nova aliança em seu sangue. Nesse feixe de benditos ensinamentos, Jesus falou aos seus discípulos, também, sobre oração. No texto em tela, Jesus ensina quatro verdades sublimes sobre oração. Vejamos:
Em primeiro lugar, a abrangência ilimitada da oração. “E tudo o que pedirdes…”. Jesus não colocou limites no alcance da oração. Podemos apresentar a ele nossas necessidades, nossos desejos e nossos propósitos. Para ele não há coisa demasiadamente difícil. Ele pode todas as coisas e nada lhe é impossível. Podemos ser ousados e apresentar a ele aquilo que é impossível na perspectiva humana. Não oramos a um ídolo mudo, mas ao Todo-poderoso Deus. Ele está assentado no trono. tem as rédeas da história em suas mãos. Ele é poderoso para interferir no curso da história e atender o clamor de seu povo. Ouse apresentar grandes pedidos a Deus. Ouse colocar diante dele o impossível dos homens. O que o homem não pode fazer e o que a ciência não pode realizar, ele pode!
Em segundo lugar, a mediação eficaz da oração. “… em meu nome…”. Não existe oração forte nem pessoas poderosas na oração. Não oramos fiados em nossos méritos. As orações são atendidas não com base nos méritos de quem ora, mas pelos méritos daquele que media a oração. Achegamo-nos a ele falidos, mas ele tem todo o crédito. Chegamos à sua presença fracos, mas ele tem todo o poder. Chegamos a ele não em nosso próprio nome, mas em seu nome. Não é a oração que é poderosa. Poderoso é aquele que responde as orações. Poderoso é o mediador das nossas súplicas.
Em terceiro lugar, a promessa segura da oração. “… isso farei…”. Aquele que nos ensina a orar, promete ouvir nossa oração e garante-nos que a atenderá. Sendo assim, orar é unir a fraqueza humana à onipotência divina. É conectar o altar da terra com o trono do céu. Se tudo é possível para Deus, então, tudo é possível por meio da oração. Sendo Deus soberano, e fazendo todas as coisas conforme o conselho de sua vontade, escolheu, livremente, agir por meio das orações do seu povo. Tiago, irmão do Senhor, escreveu: “… nada tendes, porque não pedis” (Tg 4.2). O nosso glorioso Redentor ensinou: “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei, e abrir-se-vos-á” (Mt 7.7). Orar as promessas de Deus é orar com plena ousadia. Ele não é homem para mentir. Em todas as suas promessas nós tem o sim e o amém. Nenhuma de suas palavras cai por terra.
Em quarto lugar, o propósito maior da oração. “… a fim de que o Pai seja glorificado no Filho”. O fim último da oração não é o bem do homem, mas a glória do Pai manifestada no Filho. Quando o Senhor atende nossas petições e súplicas, o Pai é glorificado e o Filho é exaltado nele. A oração não é antropocêntrica, mas teocêntrica. A oração não visa exaltar o homem, mas a Cristo. Tudo vem de Cristo, tudo é por meio de Cristo e tudo é para Cristo. Na mesma medida que nossas necessidades são supridas, em resposta às nossas orações, o Pai é glorificado no Filho. Na mesma proporção que apresentamos ao Senhor os anseios de nossa alma e encontramos nele resposta, a bênção que vem do céu a nós, retorna para o céu, como um tributo de louvor ao Pai, o único que é digno de toda honra, glória e louvor.
Por Hernandes Dias Lopes - pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil, escritor, membro da Academia Evangélica de Letras do Brasil e diretor executivo da Editora Luz para o Caminho.
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