A oração não é poderosa. Poderoso é o Deus que responde às orações. Deus, sendo soberano e onipotente, resolveu agir mediante as orações do seu povo. Quando oramos, unimos a fraqueza humana à onipotência divina; ligamos o altar da terra ao trono do céu. Tiago, irmão do Senhor, compreendeu essa verdade, quando disse: “Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo” (Tg 5.16).
E exemplificou sua ousada afirmação, citando Elias, um homem semelhante a nós, sujeito aos mesmos sentimentos, que orou, com instância, para que não chovesse sobre a terra, e, por três anos e seis meses, não choveu. E orou, de novo, e o céu deu chuva, e a terra fez germinar seus frutos (Tg 5.17,18). Olhando para a vida de Elias, destacamos quatro verdades preciosas sobre o poder através da oração.
Em primeiro lugar, Deus traz juízo sobre os ímpios em resposta à oração do justo. Elias, o tesbita, dos moradores de Gileade, apareceu a Acabe, aquele perverso rei de Israel e lhe disse que, segundo a sua palavra, não haveria chuva nem orvalho nos próximos três anos e meio.
Essa palavra de juízo veio em decorrência de Israel ter abandonado o Senhor para prostrar-se diante de Baal, um deus pagão, conhecido como o padroeiro da prosperidade. Os israelitas atribuíam os frutos de sua lavoura e as crias de suas ovelhas à Baal.
Então, Deus fechou as comportas do céu, em resposta à oração de Elias. As chuvas periódicas foram retidas e o orvalho diário não caiu; e assim, a seca severa foi um golpe mortal naquele deus pagão. As orações de Elias acionaram o braço onipotente de Deus, trazendo juízo ao rei e ao povo. Quando o justo ora, Deus age!
Em segundo lugar, Deus traz vida onde a morte produziu sofrimento em resposta à oração do justo. Depois que Elias entregou a palavra do juízo a Acabe, ficou escondido em Querite, por ordem de Deus. Ali, o Senhor alimentou-o até que a torrente da qual bebia secou-se. Então, Deus o ordena ir a Sarepta, onde havia uma mulher viúva que lhe sustentaria. Elias, em obediência a Deus vai e a mulher que deveria sustentá-lo estava prestes a morrer de fome.
A viúva de Sarepta conheceu a Deus na cozinha. Por intervenção divina, a farinha foi multiplicada em sua panela e o azeite em sua botija. Depois, desse insólito milagre, porém, o filho único da viúva morre, e ela coloca a culpa dessa tragédia em Elias. O tesbita não se defende, mas leva o corpo inerte do menino para o quarto, fecha a porta e, ali, abre a boca e fala muito.
Fala com Deus em oração. Elias pede para Deus um milagre inédito. Deus responde sua oração e a morte solta suas garras do menino e ele ressuscita. Deus trouxe de volta a vida onde a morte havia produzido sofrimento atroz.
Em terceiro lugar, Deus traz plena demonstração de seu poder incomparável em resposta à oração do justo. Deus ordena Elias a comparecer diante de Acabe, num tempo em que esse ímpio monarca caçava o profeta vivo ou morto em Israel e nas nações vizinhas. Elias obedece prontamente a ordem divina e parte para encontrar e confrontar o rei de Israel. Elias confronta o rei, o povo e os profetas de Baal. Chama-os para um desafio inédito.
Um altar seria levantado. Uma oferta seria colocada sobre o altar. Eles deveriam invocar Baal e ele, Elias, invocaria a Deus. Quem respondesse com fogo, esse seria o Deus verdadeiro. A nação se reúne no Carmelo para esse duelo. Os profetas de Baal clamaram em vão.
Gritaram e até se retalharam com facas, mas Baal não os ouviu nem lhes respondeu. Depois de escarnecer deles, Elias clamou ao Senhor e o fogo desceu e consumiu a oferta que estava sobre o altar. Deus demonstrou no monte Carmelo o seu poder, e o povo de Israel gritou: “Só o Senhor é Deus, só o Senhor é Deus”.
Em quarto lugar, Deus traz restauração para a nação em resposta à oração do justo. Depois de retumbante vitória no Carmelo, removendo Baal do caminho das torrentes do céu, Elias sobe para o cume do Carmelo e ali trava uma batalha com Deus, uma batalha de oração. Ele ora de forma humilde e perseverante. Ele pede a Deus as chuvas restauradoras. Deus ouviu o seu clamor e as torrentes desceram e a terra fez germinar os seus frutos. O Deus de Elias é o nosso Deus. Ele faz maravilhas em resposta à oração do justo.
Por Hernandes Dias Lopes - pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil, escritor, membro da Academia Evangélica de Letras do Brasil e diretor executivo da Editora Luz para o Caminho.
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