A Reforma do século XVI tornou-se uma necessidade imperativa. A igreja havia se desviado tanto da doutrina quanto da ética. Corrompera-se em sua fé e em sua conduta. Homens cheios de poder eclesiástico e desprovidos de piedade ostentavam sua própria grandeza. Atribuíam a si mesmos poderes que não possuíam. Colocavam-se num pedestal que não lhes pertencia. Buscavam glórias para si mesmos e recebiam honras que só a Deus eram devidas. Por isso, o último pilar da Reforma foi Soli Deo Gloria, “somente a Deus a glória”.
Essa tendência de colocar o homem no centro do universo e empurrar Deus para a lateral é antiga. O filósofo grego Protágoras já dizia que “o homem é a medida de todas as coisas”. Karl Marx tentou tirar Deus da história com o seu materialismo dialético. Charles Darwin, tentou tirar Deus da ciência com sua obra “A origem das Espécies”. Sigmund Freud, o pai da psicanálise, tentou banir Deus do inconsciente do homem. Nietzsche, do topo de sua presunção, proclamou a morte de Deus e Richard Dawkins, o patrono dos ateus contemporâneos, diz que Deus é um delírio. Deus, porém, está no trono, tem as rédeas da história em suas mãos e ninguém pode deter o seu braço onipotente. Aqueles que escarnecem dele terão que comparecer perante o seu tribunal e aqueles que negam o soberano Deus e Salvador Jesus Cristo, terão que se prostrar e confessar que ele é Senhor, para a glória de Deus Pai.
É a mais consumada tolice pensar que o homem é o centro do universo. Deus nunca abdicou do sua posição de ser o soberano Senhor dos céus e da terra. Ele é majestoso e revestido de glória. Ele mede as águas na concha de sua mão e pesa o pó das montanhas em balança de precisão. Ele mede os céus a palmo e espalha as estrelas no firmamento. Ele considera as nações da terra como um pingo que cai dum balde e vê os príncipes da terra como nulidade. Deus não divide sua glória com ninguém. Só ele é Deus e a ele deve ser tributada toda a glória. Ele criou todas as
coisas e as sustenta com o seu poder. Ele planejou nossa salvação na eternidade, executou-a na história e a consumará na segunda vinda de Cristo. O lugar do homem não é no pedestal, mas no escabelo de seus pés. Por isso, toda glória dada ao homem é vanglória, é glória vazia, é idolatria, é abominação para Deus.
Toda a criação celebra o criador. Os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia as obras de suas mãos. As digitais do criador podem ser vistas na vastidão dos mundos estelares e na singularidade de uma gota de orvalho. A cada manhã Deus abre as cortinas do dia e mostra um novo cenário no horizonte e a cada entardecer as nuvens dançam nas fímbrias do horizonte, ao balouçar do vento, pintando quadros singulares de raríssima beleza, deixando em cada tela a assinatura do divino pintor. Oh, só os néscios não veem Deus na revelação natural. Só os incrédulos fecham os ouvidos com o tampão da incredulidade à voz das Escrituras. Só os religiosos carimbados pelo preconceito rejeitam a máxima expressão do ser de Deus, na face de Jesus, o seu Filho Amado.
Bendito é aquele que conhece a Deus e tem nele o seu refúgio! Feliz é aquele que ao conhecer a Deus e a seu Filho, compreende o significado da vida eterna! Bem-aventurado é aquele que desfruta a verdadeira felicidade que há à destra de Deus, pois só em sua presença há plenitude de alegria! Oh, quão precioso é Deus para os seus: Ele é o pão para a nossa fome, a água para a nossa sede e a luz para o nosso caminho. Ele é o abrigo no temporal, o refrigério para a nossa dor e o descanso para a nossa fadiga. Ele é o nosso escudo protetor, a nossa paz no vale e a nossa alegria no choro. Dele somos, por meio dele vivemos e para ele existimos. A ele, portanto, a glória agora, e pelos séculos eternos.
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