Um clamor por reavivamento

Reavivamento não é obra que emana da terra, mas uma intervenção soberana que procede do céu.

fonte: Guiame, Hernandes Dias Lopes

Atualizado: Quinta-feira, 28 Fevereiro de 2019 as 2:37

(Foto: Mike Garbade/Unsplash)
(Foto: Mike Garbade/Unsplash)

“A minha alma está apegada ao pó; vivifica-me segundo a tua palavra” (Sl 119.25).

O Salmo 119 é o mais longo capítulo da Bíblia. Todo ele está voltado para os efeitos benditos da palavra de Deus em nossa vida. No versículo em tela, três fatos devem ser observados:

Em primeiro lugar, o reavivamento é necessário quando nossa alma está rendida à mais profunda tristeza. “A minha alma está apegada ao pó…”. A tristeza é o cálice amargo que todos bebemos em doses maiores ou menores ao longo da vida. O salmista declara sua tristeza extrema ao dizer que sua alma está apegada ao pó. Está rendido a uma tristeza que vai além de circunstâncias adversas. Sua tristeza ressoa nas recâmaras de sua alma. Não consegue lugar de refúgio contra essa tristeza nem blindagem para sua alma. Ao contrário, sua alma está apegada ao pó. Ainda temos muitas tristezas. Tristezas por realidades externas e internas. Tristezas por problemas gerais e pessoais. Tristezas pela nossa vida  e pela nossa família. Tristezas pelas nossas enfermidades e pelas nossas fraquezas. Tristezas pelo nosso pouco desempenho na obra de Deus e pelos nossos pecados. Tristezas pela igreja e pela nação. Quando a tristeza nos fere e nos joga na lona, no pó, então é hora de buscarmos de Deus um tempo de restauração, um reavivamento espiritual.

Em segundo lugar, o reavivamento é necessário quando reconhecemos nossa absoluta limitação e precisamos recorrer a Deus como o único que pode nos vivificar. “… vivifica-me…”. Não podemos consolar a nós mesmos. Não podemos restaurar nossa própria sorte. Não podemos colocar-nos de pé escorados em nosso próprio bordão. O reavivamento vem como resposta de oração. As torrentes do céu caem sobre a terra seca, quando o povo de Deus tem sede de Deus. Só Deus pode enxugar nossas lágrimas, curar as feridas do nosso coração, mudar a nossa sorte e vivificar a nossa alma. Reavivamento não é obra que emana da terra, mas uma intervenção soberana que procede do céu. Reavivamento não é agendado nem executado pelo braço da carne, mas uma ação extraordinária do Espírito Santo. Tanto a salvação como a restauração são obras de Deus. Ele é a fonte de onde promana a cura para a igreja. Dele vem a chuva restauradora da graça. Só ele pode soprar o vento do Espírito Santo sobre o seu povo. Só Deus pode consolar os tristes, levantar os abatidos, curar os enfermos, libertar os oprimidos e dar vida aos mortos. Só Deus pode reavivar a nossa alma e tirá-la do pó.

Em terceiro lugar, o reavivamento é necessário quando temos consciência de que só através da palavra Deus ergue nossa alma do pó. A palavra de Deus estabelece os princípios e os limites da ação divina. Ele age conforme a sua palavra e não em oposição a ela. Ele honra a sua palavra e age de acordo com ela. Não podemos nem devemos orar para que Deus manifeste o seu poder restaurador à parte de sua palavra, pois ele está aliançado com ela. A palavra de Deus é o instrumento da nossa restauração. A nossa alma é arrancada do pó quando somos vivificados pela palavra. Quando nos voltamos para a palavra de Deus com o coração sedento, Deus se volta para nós com plena restauração. Quando oramos a Deus e buscamos sua palavra, o reavivamento vem trazendo restauração para nós. Quando Deus nos vivifica segundo a sua palavra, nossa alma é desapegada do pó para exaltarmos a Deus. Oh, que Deus derrame sobre nós esse poderoso reavivamento!

Texto originalmente publicado em hernandesdiaslopes.com.br

Por Hernandes Dias Lopes - pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil, escritor, membro da Academia Evangélica de Letras do Brasil e diretor executivo da Editora Luz para o Caminho.

* O conteúdo do texto acima é de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

veja também