Estamos em 2017. Nem sei como chegamos até aqui! A julgar pelo profetismo desvairado que hoje encontra nas redes sociais grande vitrine e audiência, estamos no lucro… Ufa! Que alívio! O Brasil deveria ter sido destroçado em junho, em agosto, em setembro, em dezembro… Tudo isso em 2016!
Nossa economia, que já vinha flertando com o abismo deveria ter se precipitado num buraco sem fundo… Nossa política que já se encontrava nas mãos de um bando de corruptos certificados internacionalmente, deveria estar agora nas mãos de um renegado filho do cão… Nossas cidades litorâneas, já empesteadas pelo caos administrativo, dengue e crime, seriam devastadas por um tsunami de proporções impensadas…
Tudo isso em 2016, segundo videntes e sonhadores, todos falando em nome do Senhor. Muitas pessoas, das mais impressionáveis, talvez milhares, ficaram alarmadas, sob a sugestão tresloucada dos supostos profetas que, com vozes embargadas, enviaram suas mensagens, acompanhadas de datas tidas como certas para o cumprimento de seus augúrios.
Felizmente, o grande desastre na costa não aconteceu… Pude visitar minha mãe que mora no litoral e levar os sobrinhos à praia, pude nadar, mergulhar… Pude sentar—me relaxadamente e tomar água de coco com meus irmãos e irmãs enquanto as crianças brincavam nas águas tranquilas sob as cores de fins de tarde de beleza extravagante….
O grande desastre do mercado também não se concretizou (o que seria uma maldade para uma economia já tão combalida!). A economia segue, ainda que claudicante e frágil, dando sinais tímidos de recuperação… Não há espaço para enumerar aqui tantas profetadas destes supostos oráculos. Mais um ano pela frente e eles não se conterão. Logo estarão de volta, trazendo suas mensagens, recebidas em transes estranhos, visões e sonhos supostamente vindos do céu.
Foi por essas e por outras que Freud, dentre outros, voltou os olhos para esses fenômenos religiosos e os colocou sob os olhos desconfiados da suspeição. O que Freud e a psicologia vão colocar em questão é a validade destas e de outras muitas farsas que se pode observar no universo das religiões. E quando ousam afirmar que tais videntes padecem de alguma espécie de distúrbio psíquico não erram, nem com isso ferem o sagrado.
Por essa razão as Escrituras são extremamente inclementes com os tais profetas, pois são eles que comprometem e põem em descrédito o ministério dos profetas autênticos. Diz o SENHOR: “Acaso não tivestes visão de vaidade, e não falastes adivinhação mentirosa, quando dissestes: O Senhor diz; sendo que eu tal não falei? Portanto assim diz o Senhor Deus: Porque tendes falado vaidade, e visto mentiras, por isso eis que eu sou contra vós, diz o Senhor Deus.” (Ezequiel:13:7—8)
Fala Deus!
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