Magali e eu fomos a Nova York em 1999, como preletores do CONJUBBRAN, um congresso de jovens imigrantes brasileiros, nos EUA. Após o evento, fomos convidados a realizar mais algumas palestras, numa grande igreja de brasileiros – com mais de mil membros – na cidade de Pompano Beach, Flórida.
Ao terminar a última palestra, domingo à noite, o pastor local foi dar os últimos avisos e disse com a maior naturalidade:
“Como sabem, vamos ser atingidos por um furacão dentro de 2 dias. Assim, aqueles que puderem acomodar os irmãos que moram na área do impacto, deem seus nomes para a Sra. Fulana de tal”.
Confesso que não entendi direito e comentei com a pessoa ao lado:
“Este furacão é só para daqui há 2 dias? Que bom, pois eu vou para o Brasil amanhã!”
A pessoa respondeu:
“É, você não está acostumado com esta situação, não é? Quando há um furacão, todos os voos, para todos os lugares, são automaticamente cancelados e só voltam ao normal daqui uns 4 ou 5 dias”.
Minha perna começou a tremer…
Fui hospedado na casa de uma irmã, juntamente com outros brasileiros. Compraram água e comida para uma semana, vedaram portas, janelas e o que se podia fazer, era assistir TV (principalmente no canal do Tempo) e ficar observando os estragos feitos pelo furacão, nos países pelos quais estava passando.
O impacto maior, estava sendo anunciado exatamente para a região onde estávamos. Os efeitos mais fortes, chegariam a nós às 5 horas da madrugada de uma determinada 4ª feira.
Na 3ª feira à noite, todos na casa estavam apreensivos, não havia como disfarçar.
Minha filha Jessica, na época com 7 anos, observava a TV e os comentários apreensivos dos adultos.
Ela veio até mim e pediu:
“Pai, vamos conversar no quarto”.
Eu já estava acostumado: quando ela pedia para “conversar no quarto”, é porque estava com medo de alguma coisa.
Com os olhinhos cheios de lágrimas, ela disse:
“Pai, estou com medo! Você viu o que o furacão já fez com aquelas casas, que apareceram na TV? Pai, nós vamos morrer?”.
Como transmitir tranquilidade a uma criança, numa hora destas? Na hora, Deus trouxe à minha mente aquele cântico infantil: “Com Cristo no barco tudo vai muito bem… e passa o temporal”.
E eu lhe disse:
“Jessica, você lembra deste cântico? Ele fala de uma passagem bíblica, onde os discípulos enfrentaram um temporal e o barco iria afundar.”
“Enquanto eles se esforçavam para não afundar, Jesus dormia tranquilamente. Quando os discípulos acordaram o Mestre, Jesus levantou um braço e disse: ‘Vento, acalme-se!’ E ao levantar o outro braço, falou: ‘Mar, aquiete-se!’ – Minha filha, Jesus está aqui conosco HOJE! Ele pode acalmar o furacão!”
Aí, nós dois cantamos a música “Com Cristo no barco…”, mas com adaptações.
Ficou assim:
“Com Cristo na casa tudo vai muito bem… e passa o furacão”.
Jessica disse que ela mesma iria orar, antes de dormir:
“Jesus, levanta Teus braços novamente, aquieta este vento e este mar, e manda este furacão para longe daqui!”.
Deu-me um beijo e dormiu profundamente.
Às 5 horas da madrugada, quando se esperava pelo pior, a TV americana deu a notícia:
“O furacão foi desviado para o Norte do país e seus efeitos minimizados”.
Com certeza, muitos irmãos oraram para que aquele mal fosse afastado, mas minha filha Jessica nunca se esquecerá, de que a sua oração, ajudou a desviar um furacão!
Gostaram desta experiência? Continuem orando por nós, que somos missionários atuando na área de FAMÍLIA.
Rm 8:31,35-39: “Que diremos pois, diante destas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós? (…) Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada? Como está escrito: ‘Por amor de ti enfrentamos a morte todos os dias; somos considerados como ovelhas destinadas ao matadouro’. Mas em todas estas coisas somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou. Pois estou convencido de que nem morte nem vida, nem anjos nem demônios, nem o presente nem o futuro, nem quaisquer poderes, nem altura nem profundidade, nem qualquer outra coisa na criação será capaz de nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor”.
Sergio e Magali Leoto (@casal.leoto) são educadores, livros na área de família e atuação em aconselhamento familiar, há mais de 30 anos. Sergio é pastor e sua esposa Magali é psicóloga. Ambos são missionários da Sepal (Servindo aos Pastores e Líderes).
* O conteúdo do texto acima é de colaboração voluntária, seu teor é de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.
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