
Recentemente, visitei uma sinagoga em São Paulo. Durante o Shabat, há um momento especial em que cantamos os Salmos contidos no Sidur — o livro de orações judaicas.
Nessas orações, os judeus clamam por bênçãos, paz e proteção não apenas para a comunidade judaica, mas para todos os povos.
O cenário atual do Brasil aponta para um colapso em diversas áreas: econômica, política e social. A apostasia da Igreja brasileira e a crescente iniquidade têm refletido em todas as esferas da nação, inclusive no relacionamento com Israel e com a comunidade judaica.
O vínculo entre Brasil e Israel praticamente se desfez, e estamos testemunhando ondas preocupantes de antissemitismo, inclusive com ações e discursos vindos do próprio Estado brasileiro.
Ao estudarmos o livro de Daniel, observamos a queda dos impérios mundiais e a restauração de Israel. Em Zacarias, vemos Deus julgando as nações por meio de Jerusalém e reunindo os judeus remanescentes da diáspora, que habitarão Israel eternamente, sob um reino de paz, justiça e prosperidade. Já em Amós, Deus promete restaurar Israel e o trono de Davi, ao mesmo tempo em que julga as nações que tentaram destruir o Reino do Norte.
O cenário brasileiro começa a apresentar semelhanças inquietantes com a Noite dos Cristais, ocorrida na Alemanha e na Áustria nos dias 9 e 10 de novembro de 1938 — um marco que antecedeu o Holocausto, responsável pela morte de seis milhões de judeus e que culminou na Segunda Guerra Mundial, iniciada em 1º de setembro de 1939.
O processo que levou ao Holocausto foi gradual e arquitetado pelo Estado alemão desde 1933, incentivando a população contra os judeus. Um dos principais articuladores foi Joseph Goebbels, ministro da propaganda nazista, que instigava os massacres.
A Noite dos Cristais começou com ataques a sinagogas, espancamentos, depredações, estupros de mulheres judias, queima de Torás em praças públicas e saques generalizados.
Incêndios se espalharam pelo país, deixando um rastro de devastação. Ao amanhecer do dia 10, as ruas estavam cobertas por cacos de vidro — resultado da destruição de milhares de estabelecimentos judaicos, o que deu origem ao nome desse episódio sombrio.
Os danos foram imensos: cerca de 9.000 lojas judaicas e 520 sinagogas destruídas, além de 91 judeus mortos (há relatos não oficiais que apontam até 1.000 vítimas). Mais de 30.000 judeus foram presos e enviados a campos de concentração, onde muitos foram torturados, humilhados e assassinados.
Diante de tudo isso, como Igreja, precisamos nos posicionar com urgência. Nossa maior arma é espiritual: oração e jejum pelo nosso país, antes que seja tarde demais.
“... eu os trarei e habitarão em Jerusalém; eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus em verdade e em justiça...”
Zacarias 8:8
Silas Anastácio é fundador do Ministério Davar, evangelista e expositor bíblico com sólida atuação há mais de uma década em temas relacionados ao Estado de Israel e à comunidade judaica. Também desempenha papel estratégico nos bastidores da mídia evangélica, contribuindo para a articulação e divulgação de conteúdos que fortalecem os valores da fé cristã.
* O conteúdo do texto acima é de colaboração voluntária, seu teor é de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.
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