O regime da Nicarágua cancelou as atividades de mais 25 organizações sem fins lucrativos ligadas a instituições religiosas, assistência social e outros assuntos.
Segundo o Evangelico Digital, a decisão foi publicada recentemente pelo Ministério do Interior.
O Diário da República informou que 12 ONG’s não cumpriram as suas obrigações quando deixaram de apresentar comprovações financeiras de acordo com a lei.
Com isso, o patrimônio estará sob responsabilidade do Estado. As organizações mencionadas foram:
Associação de Desenvolvimento Comunitário Reverendo María Fabretto Michelli, Igreja Missionária Casa de Dios, Alforja de Talentos, Fundação do Ministério Evangelístico Internacional Puerta al Cielo, Grid Alternatives, Igreja Evangélica Nueva Jerusalém, Movimento Maysea, Centro Cristão de Linhagem Escolhida, Clube Social de Estelí, Ministério Apostólico La Gran Familia, Associação de Mulheres Deficientes de León e Missão Batista Nacional.
O cancelamento de outras 13 ONG’s também foi anunciado devido à chamada “dissolução voluntária”. O motivo oficial divulgado pelo governo foi a conclusão dos seus projetos, dificuldades econômicas ou falta de fundos.
Para esta medida, foram avaliadas as seguintes organizações:
Fundação Cristã Desenvolvendo Líderes para a Nicarágua, Fundação Americana da Nicarágua, Associação de Desenvolvimento e Promoção Rural do Norte, Casa Misericordia de América, Fundação Jinotegana para o Desenvolvimento Sustentável, Fundação Juan Pablo II Evangelium Vitae para o Mundo, NJ International, Fundação Amigos do Zoológico da Nicarágua, Associação Sunset, Instituto Nicaraguense de Direito Financeiro e Tributário, Solidariedade Internacional Infantil, Fundação Mefi Boset e Fundação Visão Mundial da Nicarágua.
Intolerância religiosa no país
De acordo com o Evangelico Digital, cerca de 3.500 ONG’s foram encerradas desde os protestos de 2018 contra o presidente Daniel Ortega.
Em fevereiro deste ano, o governo expulsou 222 opositores políticos que considerou “traidores do país”, e em outubro libertou e enviou ao Vaticano 12 padres católicos que enfrentavam processos judiciais.
A missão Portas Abertas informou que os cristãos da Nicarágua enfrentam perseguição do governo, partidos políticos, grupos paramilitares. Além disso, sofrem pressão ideológica.
O aumento da hostilidade contra os crentes colocou o país da América Latina em 50º lugar na Lista Mundial da Perseguição 2023.
Segundo a missão, os cristãos, que se posicionam contra injustiça e violações dos direitos humanos cometidas pelo governo, se tornam inimigos do Estado e passam a sofrer intimidação, assédio, monitoramento, prisões e ataques.