A Coreia do Norte é amplamente conhecida como o lugar mais opressivo na terra para os cristãos. É um lugar onde os crentes praticam sua fé em segredo. Os norte-coreanos não podem sequer possuir uma Bíblia ou falar o nome de Jesus em público.
Possuir uma Bíblia no país governado por uma ditadura comunista pode levar a 15 anos de trabalho árduo em um campo de prisioneiros, ou pior: uma setença de morte.
Vernon Brewer, presidente da 'World Help', sabe bem disso. Ele passou boa parte de sua vida transportando Bíblias para a nação isolada.
Por que é tão arriscado possuir uma Bíblia na Coreia do Norte?
Brewer destacou que o simples fato de ter uma Bíblia nas mãos realmente pode ser a condenação de uma pessoa à pena de morte na nação comunista.
"Se eles são pegos com uma Bíblia, isso é uma sentença de morte. No entanto, eles estão dispostos a arriscar suas vidas todos os dias para levar a palavra de Deus às mãos de mais um cristão da Coreia do Norte, que nunca teve uma bíblia. Isso é tão precioso para eles. São realmente boas novas", disse Brewer.
Brewer acredita dos cerca de 300 mil cristãos ali, aproximadamente 70,000 já desapareceram em campos de trabalhos forçados brutais, porque foram pegos praticando sua fé.
Brewer e sua equipe acabaram de voltar da DMZ, onde trabalharam para compartilhar a Palavra de Deus transportando Bíblias clandestinamente através da fronteira.
"Muito do trabalho que fazemos para compartilhar o Evangelho, é mantido sob sigilo. Mas posso dizer o seguinte: estamos distribuindo Bíblias porque é a maior necessidade. Temos o objetivo de distribuir 100 mil Bíblias o mais rápido possível", Brewer disse à CBN News.
Bíblias 'contrabandeadas' mudam vidas
Brewer e outros missionários também estão transportando computadores que incluem um programa de estudos da faculdade bíblica para treinar plantadores de igrejas e futuros pastores. Ele diz que estes esforços estão mudando vidas.
A CBN News falou com Paul, um 'desertor' norte-coreano de 26 anos. Ele compartilhou um pouco de seu testemunho impactante.
"Eu estava no exército da Coreia do Norte, em Pyongyang, e trabalhei nas estações de rádio de monitoramento de comunicações. Primeiro ouvi falar de Deus no rádio", disse Paul.
Paul diz que descobriu que havia um Deus, que teve um filho, Jesus, que morreu por seus pecados. Coincidentemente, sua família planejava deixar a Coreia do Norte durante esse tempo. Então ele fugiu com seu pai, sua mãe e seus irmãos.
Eles fugiram para as montanhas da China, onde sofreram com o frio e extremo e a fome.
Eventualmente, outros desertores os levaram a uma igreja subterrânea e, durante três meses, Paul aprendeu mais sobre Jesus.
"Como eu estava no exército, eu sabia que se eu fosse preso, também seria morto. A polícia nos pegou no Laos enquanto tentávamos chegar à Tailândia e depois à Coreia do Sul. Nós fomos presos, mas pela graça de Deus, fomos todos enviados para a Coreia do Sul", contou.
Outros fugitivos não tiveram um destino tão afortunado como Paul e sua família.
Outro homem teve que fugir do país, depois de contar acidentalmente que tinha Jesus como seu salvador. Porém suas tentativas de fuga falharam e ele foi preso.
"Eu fui espancado, torturado, mergulhado na água gelada até quase morrer. Minhas mãos e meus pés estavam sempre algemados, porque eu era conhecido como o homem que escapou", explicou.
Os desertores dizem que o número de fugitivos está aumentando porque as pessoas estão morrendo de fome e questionando sua sobrevivência na Coreia do Norte. Eles dizem que alguns também questionam as ações de seu líder, mas o fazem em silêncio.
Um desertor disse: "As pessoas estão muito insatisfeitas com Kim Jong Un. Elas não têm nada. Oro pelo povo da Coreia do Norte".
Muitos ainda têm membros da família em toda a fronteira, sofrendo sob o regime de Kim.
Plano de Deus para a Coreia do Norte
Brewer disse: "Isto tudo está na agenda de Deus. Tudo isso faz parte do plano de Deus e isso realmente chegará o tempo de Deus, de ver a Coreia do Norte se render a Jesus Cristo".
É por isso que a Brewer e sua equipe continuam comprometidos e continuarão a orar pela mudança na Coreia do Norte.