Mesmo sendo mantida nos campos de trabalho forçados da Coreia do Norte — o país que mais persegue cristãos no mundo — Hea Woo (nome fictício por razões de segurança) teve sua fé fortalecida.
Depois de tentar fugir da Coreia do Norte para a China, Woo foi detida e transferida para 10 prisões diferentes. Ela descreve as condições destes locais como um “inferno vivo”. “Quando as pessoas morriam, os guardas quebraram os cadáveres em dois pedaços, os colocavam dentro de um carrinho e os levavam para fora”, ela contou ao site Christian Today.
Woo chegou a ficar presa com 200 pessoas dentro de uma cela que foi projetada para comportar apenas 50 detentos. “Estávamos tão apertados que se você se levantasse no meio da noite para ir ao banheiro, não conseguia encontrar espaço para voltar a dormir. Não havia nem espaço para ficar em pé”, lembra.
O marido de Woo morreu em um campo de trabalho semelhante, após ser preso por sua fé cristã. Mesmo estando naquela situação degradante, ela sabia que Deus também estava ali. “Comecei a orar pelas almas perdidas que estão morrendo sem conhecer Jesus Cristo. Eu orei ao Senhor: ‘Eu quero ser sal e luz neste lugar para essas pobres almas’”.
Fé em meio à tortura
Woo foi pega falando sobre sua fé em quatro ocasiões e foi torturada todas as vezes. Em uma ocasião, ela foi torturada por três dias seguidos. “Eu não estava com medo da tortura, eu estava com medo de perder a consciência e, em minha inconsciência, negar o nome de Jesus”, confessa.
“No quarto dia eu desmaiei e senti que não aguentava mais. Então eu clamei novamente ao Senhor e me lembrei do versículo de Jeremias 33:3: ‘Clame a mim e eu responderei e te direi coisas grandiosas e insondáveis’. Então eu pude suportar todos os sofrimentos da época”, conta.
Woo foi levada de volta sua minha cela e ouviu a voz audível de Deus, que dizia: “Minha amada filha, você andou sobre as águas hoje”. “Era uma forte voz audível, mas ninguém mais ouviu”, ela lembra.
“Eu percebi que o Senhor estava lá quando fui torturada. Eu tive que realmente agradecer a Ele por estar lá comigo. Depois daquele dia eu não fui torturada. O Senhor me protegeu”, celebra.
Jornada de milagres
Depois de ser libertada da prisão, Woo voltou novamente para o rio Yalu, que divide a Coreia do Norte de seu único aliado, a China. Enquanto estava sendo levada pelos guardas, uma forte tempestade de neve os atingiu e ela foi arrastada por uma corrente de chuva.
“Por um momento eu fui arrastada para fora e perdi minha consciência. Mas quando abri os olhos, estava do outro lado do rio, na China. Na margem havia uma cerca elétrica muito alta. Então eu orei: ‘Senhor, Você me trouxe até aqui. Se for a hora de eu ir até Você, apenas tire minha vida’. Então eu coloquei minha mão na cerca. Depois de um tempo pensei que estava morta, mas consegui abrir os olhos... Percebi que não havia eletricidade”.
Começando a chorar, ela prossegue: “A jornada daquele lugar até a fronteira entre a China e Myanmar também não foi fácil. Fomos parados várias vezes e todas as vezes fomos levados para a delegacia. Mas estranhamente, não pediram para eu mostrar minha identidade”, Woo relata.
“Então, todas essas vezes eu pude atravessar a fronteira da China para Myanmar. De Myanmar para a Tailândia, tivemos que pegar um barco por cerca de seis horas. Nesse barco, de repente, percebi que ninguém iria me prender, mesmo que eu cantasse ao Senhor. Assim, durante todas as seis horas, louvei ao Senhor com uma voz forte”, ela lembra.
Hoje Woo tem o coração repleto de gratidão a Deus por tudo o que ela viveu. “Todas as minhas orações foram respondidas. Minha confissão de fé está no Salmo 119:71, que diz: ‘Foi-me bom ter sido afligido, para que aprendesse os teus estatutos’”, destaca. “Agora sou a pessoa mais feliz do mundo! Eu não tenho nada, mas por causa de Jesus Cristo em mim eu sou tão feliz”.