Cristão é lançado em cova com cadáveres após evangelizar na Somália

O ex-muçulmano Rooble foi expulso de casa, preso e agredido depois de se converter a Jesus e começar a pregar o Evangelho.

fonte: Guiame, com informações de Portas Abertas

Atualizado: Quinta-feira, 7 Novembro de 2024 as 10:03

Imagem ilustrativa. (Foto: Portas Abertas).
Imagem ilustrativa. (Foto: Portas Abertas).

Rooble* cresceu como muçulmano na Somália. No país africano de maioria islâmica, abandonar o Islã e se converter a cristianismo é considerado uma traição à cultura e pode resultar em morte.

Rooble se dedicou à fé muçulmana, estudando o Alcorão, trabalhando na Mesquita e seguindo as regras islâmicas.

“Eu também tinha colocado todo o meu coração nos ensinamentos, minha vida inteira estava comprometida com isso, buscando a vida eterna e a salvação e como eu poderia entrar no Céu. Minha família e eu estávamos fazendo muito para garantir que o Alcorão nos levasse ao Céu”, contou ele, em entrevista à Missão Portas Abertas.

Até que em 2008, o muçulmano conheceu cristãos e ouviu sobre os ensinamentos da Bíblia. Rooble ficou tão curioso para saber mais das Escrituras que roubou uma Bíblia, planejando confrontar a doutrina cristã.

“Comecei a testar essas Escrituras e até mostrei a outras pessoas, que creram em Jesus antes mesmo de mim. Levei um período de quatro anos indo e vindo. Eu estava com raiva das pessoas que me deram a Bíblia, mas ainda vi que tinha alguma verdade, então comecei a pesquisar. No final, percebi que Jesus era a verdade e o caminho da salvação”, lembrou ele.

Preso por pregar o Evangelho

Rooble se rendeu a Cristo e se tornou um cristão. Logo, ele começou a compartilhar as Boas Novas do Evangelho e se tornou alvo de perseguição.

Por abandonar o Islã, o ex-muçulmano foi expulso de casa e perdeu o direito à herança da família. Ele também foi hostilizado no trabalho e precisou fugir para outra cidade.

Mesmo assim, Rooble continuou pregando a salvação em Cristo. Ele acabou sendo considerado louco e foi preso durante três meses.

“Lá, eles me batiam com frequência, enquanto eu estava deitado no chão. Às vezes, eles me espancavam até eu vomitar sangue. Sofri muito. Eu estava em mau estado quando finalmente me liberaram”, revelou.

Mais tarde, o cristão fugiu da cidade e continuou evangelizando. “Novamente, fui denunciado às autoridades locais. Assim que souberam da pregação, me prenderam, junto com meu irmão, que também havia se convertido. Eles nos jogaram em duas covas separadas”, relatou.

Nas covas onde os cristãos foram lançados haviam vários corpos de pessoas mortas. “Enquanto estávamos lá, ninguém nos deu comida. Eles cobriram os poços. Era muito quente lá dentro e havia um cheiro de mortos”, descreveu.

O irmão de Rooble foi morto pelos extremistas islâmicos e o cristão foi solto e poupado, porque os radicais acharam que era louco.

Hoje, Rooble e sua família ainda vivem no meio dos muçulmanos na Somália, porque permanecer separadamente seria um sinal de sua conversão. Eles mantêm sua fé em segredo por causa da perseguição.

“Vivo no meio dos muçulmanos, então sirvo secretamente. Isso torna a vida muito difícil. É um lugar perigoso, muito difícil para mim e meus filhos. Só aguento por causa da minha fé”, declarou ele.

E pediu: “Orem pelos somalis que foram salvos e estão enfrentando perseguição. Eles estão em perigo”.

Perseguição na Somália

Na Somália, cristãos ex-muçulmanos enfrentam a pior forma de perseguição e são considerados um alvo de alto valor para as operações do grupo terrorista Al-Shabaab. 

Na história recente do país, os convertidos a Jesus, ou acusados de se converter, têm sido assassinados imediatamente quando descobertos. 

É impossível admitir publicamente a fé cristã na Somália, e a igreja não existe. Isso acontece porque o islamismo é considerado uma parte crucial da identidade somali e, se houver suspeita de que algum nativo tenha se convertido ao cristianismo, ele estará em grande perigo.

O país ocupa a 2ª posição na Lista Mundial da Perseguição 2024 da Missão Portas Abertas.

*Nome alterados por motivos de segurança.

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