Cristãos são levados diante de feiticeiros na África para explicar sua fé, relatam missionários

A família de missionários brasileiros enfrenta perseguição e desafios espirituais em campo, confiando na direção do Espírito Santo.

fonte: Guiame, com informações de Junta de Missões Mundiais

Atualizado: Sexta-feira, 27 Junho de 2025 as 10:42

Imagem Ilustrativa. (Foto: Reprodução/Unsplash/Annie Spratt)
Imagem Ilustrativa. (Foto: Reprodução/Unsplash/Annie Spratt)

Uma família de missionários brasileiros na África relatou como lida com a perseguição e as crenças pagãs de comunidades não alcançadas enquanto anuncia o Evangelho no continente.

Pedro, Clara, Mateus, Filipe e Sara Lourenço estão servindo à Junta de Missões Mundiais na África Ocidental. Na região, além da perseguição por extremistas islâmicos, eles enfrentam o desafio de pregar Jesus em aldeias onde a feitiçaria e o vodu são tradições passadas de geração em geração.

Apesar do ambiente hostil, eles compartilharam a passagem bíblica de Mateus 10:29: “Por acaso não é verdade que dois passarinhos são vendidos por algumas moedinhas? Porém, nenhum deles cai no chão se o Pai de vocês não deixar que isso aconteça”.

“A resiliência dos passarinhos de nossa casa nos inspira a pensar neste verso e no trabalho que está sendo realizado com muito carinho”, declarou a família.

No dia 6 de junho, a região celebrou o dia do sacrifício islâmico, chamado Tabaski, uma das datas mais importantes do calendário islâmico. Durante a celebração, a família contou: 

“O clima nos países muçulmanos fica mais tenso, e entre os extremistas ouvem-se barbaridades cometidas em nome do que eles chamam de Jihad (guerra santa)”.

“No entanto, Deus tem nos dado poder para pregar sua Palavra a povos extremamente hostis ao Evangelho. Wolof, Serê, Diula e outras foram as etnias com as quais estivemos em contato no começo de maio, ensinando como aplicar a Bíblia em contextos de extrema perseguição e de pouco acesso às Escrituras”, acrescentaram. 

‘Somente o Espírito Santo para nos dar direção’

Na ocasião, eles encorajaram e treinaram 20 líderes e pastores engajados: “A gente saiu muito mais encorajado e abençoado do que eles, que, com uma sede imensa, nos inspiram”.

Nesse momento, eles denunciaram: “Cristãos são levados diariamente diante de líderes islâmicos e feiticeiros para exporem o porquê de sua fé em Cristo. Outros foram expulsos de suas famílias e oram para poder, um dia, voltar e testemunhar aos seus familiares”.

Mesmo diante dessas circunstâncias, os missionários não se intimidam em pregar a Palavra de Deus. No dia 16 de junho, eles iniciaram um trabalho evangelístico com pelo menos mais três etnias sem acesso ao Evangelho que vivem sob intensa perseguição. 

“Uma delas é o berço do Vodu, uma religião tradicional muito presente aqui na África Ocidental. Profundamente enraizado nas comunidades e passado de geração em geração, o Vodu mistura elementos espirituais, culturais e até medicinais da tradição africana”, afirmaram eles. 

Segundo os missionários, o Vodu se baseia na crença em um deus supremo e em diversos espíritos (chamados voduns), que controlam aspectos da natureza e da vida humana. 

“Sua prática inclui rituais com danças, tambores, sacrifícios e consultas a líderes espirituais, sendo um sistema complexo que representa um grande desafio para a proclamação do Evangelho”, disseram eles.

E continuaram: “No meio disso, somente o Espírito Santo para nos dar uma palavra certa de consolo e encorajamento. Louvamos a Deus pelas oportunidades de passarmos tempo juntos, nos debruçando em Sua Palavra”.

Projetos evangelísticos

Em Pabré, onde vivem refugiados internos e funciona o projeto evangelístico “Tenda de Brincar”, um pastor sofreu um acidente, mas sobreviveu por um milagre.

“O pastor Paul, que tem nos acolhido, foi atropelado por um caminhão. Foi um tremendo milagre ele ter sobrevivido! Infelizmente, ele teve várias fraturas, a mais grave foi uma fratura exposta na coxa, que só pôde ser tratada através de cirurgia. Os custos foram altos, mas louvamos a Deus, que está cuidando de seu servo, e sua recuperação está se encaminhando. Ore por ele, por favor”, contou a família.

Nesta região, ele tem vários desafios, especialmente nos próximos dois meses. Em África, julho marca o fim do ano letivo, e atualmente, os missionários estão trabalhando em um projeto de tradução bíblica:

“Estamos agora focados no planejamento para 2026 — ano que, ao que tudo indica, será dedicado à conclusão e revisão do Novo Testamento na língua Marka, parte do nosso projeto de levar a Palavra de Deus a esse povo”.

Além disso, eles estão iniciando unidades de alfabetização em diversas regiões do país. Na Tenda de Brincar, a família informou que o principal desejo das famílias refugiadas é retornar às suas terras natais onde foram forçadas a deixar por causa da guerra e da ação de grupos terroristas.

Durante esse período, a igreja local tem sido incentivada a atuar por meio de clubes e ações de evangelismo, com o objetivo de que as crianças atendidas recebam, além dos cuidados já prestados pelo projeto, o ensino do Evangelho.

“Louvamos a Deus por sua eterna e doce Palavra, que nos orienta e nos leva a permanecer firmes diante dos desafios aqui citados. E agradecemos a você que nos acompanha nesta missão”, concluíram.

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