Cristãos são obrigados a desenterrar filho sepultado perto de cemitério muçulmano no Egito

A decisão controversa das autoridades locais foi dada quando o pai comunicou o falecimento do garoto.

fonte: Guiame, com informações da Portas Abertas

Atualizado: Sexta-feira, 18 Setembro de 2020 as 10:10

Após 11 anos de batalha para manter Samer vivo, Mark Nazeer lutou para deixar o corpo do filho sepultado perto de casa. (Foto: Reprodução / Portas Abertas)
Após 11 anos de batalha para manter Samer vivo, Mark Nazeer lutou para deixar o corpo do filho sepultado perto de casa. (Foto: Reprodução / Portas Abertas)

Além de perderem o filho Samer, de 11 anos, os cristãos Mary Farag e Mark Nazeer foram obrigados a desenterrar o corpo dele, após quatro dias do funeral em El-Kefah, Egito.

A decisão controversa das autoridades locais foi dada quando o pai comunicou o falecimento do garoto. “O oficial me disse que eu não pegaria a certidão de óbito do meu filho até que o removêssemos do túmulo dele. Como cristão, ele não poderia ser enterrado tão perto de um cemitério muçulmano. Argumentei com eles, pois tínhamos comprado legalmente o terreno para servir de cemitério, mas voltei para casa de mãos vazias”, testemunha o cristão.

Quando Nazeer voltou para casa, a polícia o estava esperando para prendê-lo. Além da hostilidade com que foi tratado, o cristão ficou recluso por dois dias.

A família enlutada entrou com um processo judicial para reverter a decisão das autoridades, mas o juiz impôs uma multa e a transferência do corpo do filho para um cemitério a 100 km de onde moram.

Os cristãos e o advogado apelaram da decisão e, por consequência, o pai de Samer foi preso novamente no ônibus público que usava para voltar para casa. A detenção foi o fato de ter recorrido da sentença.

Nazeer voltou ao tribunal e foi obrigado a cancelar o recurso. Além disso, também ligou para a família e pediu que desenterrassem o corpo do filho, pois apenas assim teria a liberdade concedida.

“Este é realmente o auge da perseguição”, declara.

Família abalada

Houve muita comoção no momento da retirada do corpo do cristão do jazigo da família.

Toda a situação afetou a família que já enfrentava a perda de um ente querido. “Simplesmente não consigo esquecer a visão do corpo do meu filho depois que o removemos do cemitério. Eu e meus outros filhos tivemos colapsos nervosos e não conseguimos dormir bem”, testemunha Mary.

Os cristãos apelam para que as autoridades superiores do país tomem posição, responsabilizem as pessoas que ordenaram a remoção dos restos mortais de Samer e permitam que ele seja sepultado no terreno próximo de onde moram.

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