O Senado dos Estados Unidos está considerando bloquear a compra de aviões militares pela Turquia devido à prisão do pastor americano Andrew Brunson. Depois de liderar uma igreja no país por mais de 20 anos, ele foi acusado de “terrorismo” e cooperação com o golpe militar contra o presidente turco Recep Tayyip Erdogan, em julho de 2016.
Parlamentares norte-americanos pretendem adicionar um suprimento ao projeto de gastos de defesa, que impediria a compra de 100 aviões F-35 pela Turquia, a menos que Brunson seja libertado.
Há também preocupações com a segurança nacional associadas à transação do F-35, de acordo com a democrata Jeanne Shaheen. "Os parceiros da OTAN (Aliança Atlântica) precisam desses F-35s para combater a atividade russa. Estaríamos entregando essa tecnologia ao Kremlin (governo russo) se concedêssemos à Turquia esses aviões", avalia.
Ativistas de direitos humanos e políticos em todo o mundo condenaram a prisão de Brunson por parte da Turquia, incluindo 75 membros do Parlamento Europeu que assinaram uma carta aberta enviada ao presidente da Turquia.
"O pastor Andrew Brunson vive pacificamente na Turquia há 23 anos. Acreditamos que ele é um inocente preso político; portanto, pedimos que você o liberte sem demora", dizia a carta direcionada a Erdogan.
O Centro Americano de Direito e Justiça, organização que faz lobby em nome de cristãos perseguidos no exterior, manifestou apoio ao Congresso dos EUA com a ideia de privar os aviões da Turquia.
Em nota divulgada nesta quinta-feira (14), o ACLJ destacou que é preciso infligir uma penalidade sobre a Turquia até que Brunson seja libertado. "Sem essa legislação, a Turquia está pronta para comprar cem F-35s através de uma transação que seja aprovada e facilitada pelo DOD (Departamento de Defesa dos EUA)".
"Esse tipo de parceria faz sentido estratégico quando o país comprador está se comportando como um aliado dos EUA e ajudando ativamente no esforço global para derrotar o terrorismo. Não faz sentido quando o país comprador está se comportando com hostilidade e aprisionando esse americano inocente por razões políticas", acrescenta a ACLJ.