Atualmente, criminosos armados estão invadindo cultos religiosos e roubando igrejas na África do Sul. Líderes se sentem indignados e afirmam que essa é uma “tendência sem vergonha”.
“Não existe mais local sagrado”, disse o pastor Drewmore Sikhosana, um líder pentecostal em Joanesburgo, a capital comercial da África do Sul.
Nos últimos 10 anos, a pobreza crescente aumentou a criminalidade do país.
Segundo o site Baptist News Global, 7.000 residentes foram assassinados nos últimos três meses de 2022 e houve 6.000 roubos de carros no mesmo período.
“Há uma percepção crescente entre as gangues do crime organizado da África do Sul de que as igrejas possuem grandes quantias de dinheiro de dízimos e doadores nos EUA, Europa e países árabes ricos”, informou o pastor Sikhosana.
Visão dos líderes religiosos
“Era inédito até mesmo para criminosos radicais na África do Sul invadir um púlpito com uma arma e coagir todo mundo, pelo menos aqui no oeste da África do Sul”, disse Sylvester Moyo, pastor da Africanist Zion Christian Church.
Sua congregação foi assaltada durante uma vigília de Páscoa em 2022.
“Adventistas, batistas, pentecostais, muçulmanos, nenhuma religião é poupada em uma África do Sul cada vez mais sem lei”, relatou ele.
A polícia, os líderes cristãos e até mesmo os muçulmanos estão indignados com a onda de ladrões armados regularmente nas reuniões.
Casos confirmados
Em novembro do ano passado, uma gangue entrou nos cultos em uma igreja de Joanesburgo e ameaçou os cristãos com armas de fogo antes de roubar seus pertences.
Em outubro, um pastor foi assassinado enquanto estava no púlpito, a congregação assistiu a cena e ficou traumatizada.
De acordo com o site Baptist News Global, a maioria dos assaltos que estão ocorrendo no país não são denunciados.
O pastor Sikhosana, disse que está angustiado com esse novo “fenômeno insano” de criminosos se concentrando em grupos religiosos através de uma insensível operação criminosa à luz do dia, que também ocorreu em um culto da igreja adventista em dezembro.
Segurança pública escassa
O pastor Moyo, do Conselho de Igrejas da África do Sul, alertou com medo a possibilidade de cristãos se armarem para se defender dos crimes nos locais sagrados. Segundo o pastor, isso seria um fenômeno perigoso na África do Sul.
Desire Vala, um criminologista independente e ex-detetive da força policial sul-africana, disse que é mais difícil para os criminosos bombardear ou assaltar bancos devido à tecnologia sofisticada e escoltas armadas. Portanto, eles partem para alvos novos e mais fáceis.
“O submundo do crime na África do Sul suspeita que igrejas e mesquitas são pouco defendidas e são o último bastião de dinheiro lucrativo por causa de dízimos e grandes doações do Ocidente e nações muçulmanas do Golfo”, informou Desire.
O fracasso gradual do policiamento eficaz, contribui para a alarmante situação do país. Em 2022, a capacidade da polícia sul-africana de resolver casos de assassinato caiu para 55% desde 2011.