Missão liberta 1.500 escravos cristãos no Sudão: “Trabalho extremamente perigoso”

Em parceria com uma rede secreta local, a Christian Solidarity International já resgatou mais de 100 mil sudaneses em 30 anos.

fonte: Guiame, com informações de Faithwire

Atualizado: Segunda-feira, 19 Fevereiro de 2024 as 3:27

A Christian Solidarity International já resgatou mais de 100 mil sudaneses. (Foto: Facebook/Christian Solidarity International - USA).
A Christian Solidarity International já resgatou mais de 100 mil sudaneses. (Foto: Facebook/Christian Solidarity International - USA).

Uma missão que apoia cristãos perseguidos ajudou a libertar 1.500 escravos cristãos no Sudão, no ano passado.

A Christian Solidarity International (CSI) financia operações de resgate em parceria com uma rede secreta local, que liberta escravos sudaneses há décadas. Nos últimos 30 anos, mais de 100 mil pessoas foram resgatadas.

Joel Veldkamp, ​​chefe de comunicações internacionais da CSI, explicou que os cristãos foram escravizados durante o conflito civil entre o norte e o sul do Sudão.

“Hoje temos dois países – Sudão e Sudão do Sul. Mas nas décadas de 1980 e 1990, era tudo apenas um país chamado Sudão, e esse país foi dividido por uma guerra civil entre o Norte, que é maioritariamente muçulmano e dominado por árabes, e o Sul, que é maioritariamente cristão e negro africano’, disse Joel, em entrevista à CBN News.

Na época, o governo muçulmano do norte passou a usar a escravidão como arma de guerra, capturando milhares de pessoas durante o conflito, que terminou em 2005.

“Geralmente eram ataques a aldeias por invasores a cavalo ou em camelos; às vezes, eles vinham em trens e forçavam as pessoas a entrar em um trem de carga e as levavam para o norte”, relatou Joel.

E acrescentou: “Você veria muitas pessoas sendo mortas, muitas pessoas sendo brutalizadas, tentando quebrar o espírito das pessoas antes de serem escravizadas”.

Presos em cativeiro


Ex-escravos resgatados. (Foto: Facebook/Christian Solidarity International - USA).

Segundo Joel, mesmo após quase 20 anos, ainda há sudaneses escravizados, presos em cativeiro, sofrendo situações desumanas.

Aquelas que já foram libertados da escravidão relataram que viviam um “terror diário”, incluindo abuso sexual. Os escravos também eram proibidos de praticar sua fé cristã.

“Muitos rapazes são forçados a converter-se ao Islã. Certa vez, [um homem] fugiu em vez de lavar a louça como seu mestre queria que ele fizesse, e seu mestre cortou seu dedo mínimo”, revelou Joel.

Hoje, a CSI ajuda a financiar a rede secreta para libertar os sudaneses que ainda estão em cativeiro. 

Muitas vezes, a equipe de resgate paga a liberdade dos cristãos com vacinas para gado, dadas aos donos de escravos. Os ex-escravos caminham a pé à noite até a fronteira, para fugir da polícia secreta e dos militares.

Após chegarem no Sudão do Sul, a CSI fornece cuidados médicos e recursos aos resgatados.

“Damos a eles o que chamamos de kit de sobrevivência que contém ferramentas agrícolas, uma lona e outros itens essenciais, e damos a cada pessoa que sai uma cabra, para que possam comer alguma coisa ou talvez fazer leite”, afirmou Joel.

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