A missionária Rosenilda Almeida está há mais de dois anos convivendo na aldeia Ponta Vicente com o povo Balanta, em em Guiné-Bissau. Com autorização de líderes locais, ela iniciou um projeto informal onde se reunia com adolescentes embaixo de uma mangueira. Durante essas reuniões, Rosenilda fazia cultos, discipulava vidas, auxiliava nos estudos com reforço escolar e palestrava sobre saúde e cuidados com o corpo.
Ao perceber as condições precárias em que se davam as reuniões, Santidé, o homem mais velho da aldeia, ofereceu para Rosenilda um terreno de 2.500 metros. Na época, ele havia dito para a missionária: “Sou velho, logo vou morrer, mas quero que as crianças e jovens da minha aldeia conheçam o seu Deus. Vejo que Ele é bom e faz coisas boas. Quero uma escola e um local de saúde para ajudar meu povo”.
Agora, dispondo de um local mais amplo, a missionária pode executar atividades de forma mais segura. Ela iniciou na região uma escola dominical, além de realizar reuniões com mulheres e meninas, atendimento e orientação de saúde.
Terreno doado pelo homem mais idoso da aldeia, antes de morrer. (Foto: Missões Mundiais).
Dificuldades
Guiné-Bissau é uma região que compõe a chamada “Janela 10/40”. O termo é usado pelos estudiosos de missiologia para localizar os lugares (ao todo 62 países) onde se encontram os maiores desafios para evangelização no mundo devido a extrema pobreza, as guerras e aos embates espirituais.
A “Janela 10/40” também é conhecida como o “Cinturão de Resistência”, pois são nesses locais que estão localizados os governantes e as religiões que mais se opõem ao cristianismo, promovendo os maiores relatos de perseguição na atualidade à igreja do Senhor.
Resistência
Apesar das dificuldades, o projeto foi crescendo e passou a dar bons frutos. O desenvolvimento dos projetos fez com que, ao passar dos meses, fossem batizadas 11 pessoas. Rosenilda fez até o Jardim Escolar Infantil Bu Wakele (que quer dizer “Deus nos abençoou”), um projeto regado à oração e confiança de que Deus cumpriria seus planos.
A missionária ressalta sua felicidade em ver que Deus fez com que tudo desse certo. “Expresso hoje grande alegria e gratidão ao Senhor que nos abençoou com os recursos para darmos o primeiro passo na construção da Igreja em Ponta Vicente. Hoje, nossa mangueira tem outro aspecto”, pontua a missionária.
Certamente o senhor Santidé, que doou o terreno para a igreja e para o trabalho com as crianças, é reconhecido por seu esforço. Ele faleceu no dia 25 de julho deste ano, sendo uma grande bênção. Ele sempre será lembrado em Guiné.