Missionário recebe prêmio após mais de 30 anos evangelizando nas FARC

Russell Stendal foi sequestrado pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, mas era justamente este grupo terrorista que ele queria alcançar com o Evangelho.

fonte: Guiame, com informações do World Watch Monitor

Atualizado: Sábado, 23 Julho de 2016 as 10:51

Russell Stendal. (Foto: World Watch Monitor)
Russell Stendal. (Foto: World Watch Monitor)

Um missionário americano recebeu um prêmio por suas décadas de trabalho, ministrando às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), cuja luta de 50 anos contra o governo havia sido a mais longa guerra contínua do mundo. Um acordo de paz foi assinado entre o Governo e o grupo terrorista em setembro de 2016.

Russell Stendal está na Colômbia há mais de meio século, tendo chegado pela primeira vez ao país com seus pais, que também também trabalharam como missionários entre os indígenas da região. Foi isso que mais tarde o ajudou a construir relacionamentos com os rebeldes.

Stendal foi sequestrado pelas FARC e por outros grupos rebeldes, mas já havia lançado o seu ministério chamado "Colômbia para Cristo", com base em Bogotá, justamente pensando no grupo de guerrilheiros. Seu plano era grande: que todas as FARC possam aprender sobre Jesus Cristo e assim, mudar o coração e a mentalidade das guerrilhas.

Stendal recebeu o prêmio de reconhecimento em Bogotá no domingo (22 de janeiro), entregue pelo 'First Step Forum'. O 'Shahbaz Bhatti Freedom Award' ganhou este nome em homenagem ao primeiro-ministro do gabinete do Paquistão, que era cristão e foi assassinado há quase cinco anos por causa de suas críticas às leis de blasfêmia do Paquistão e por defender publicamente Ásia Bibi - uma mulher cristã que ainda pode ser executada sob a acusação de ter "blasfemado" contra Maomé.

Em seu discurso, o fundador finlandês Johan Candelin, do Fórum do Primeiro Passo, disse que Stendal mereceu o prêmio por seu "extraordinário trabalho de paz por 32 anos", dizendo que seu trabalho levou a uma mudança de coração em muitos líderes das FARC e também no Exército Colombiano "Muitos foram curados como resultado da oração", disse ele.

"Nunca vi nada assim", acrescentou. "A mão de Deus esteve no trabalho de Russ Stendal de uma maneira única".

Entre os homens que receberam este mesmo prêmio anteriormente incluem o papa Francisco, a líder Birmanesa Aung San Suu Kyi, o Dr. Hany Hanna, do Egito e o bispo Malkhaz Songulashvili, da Geórgia.

Candelin disse à agência de apoio à Igreja Perseguida 'World Watch Monitor', que Stendal (conhecido como 'Martin' entre os hispanos) foi indicado para o Prêmio Nobel da Paz, após vários generais do Exército colombiano relatarem que "as Farc nunca teriam assinado o acordo sem a mão de Deus". Stendal e sua filha Alethia, escreveram um livro intitulado "The Hidden Agenda: Uma história verdadeiramente extraordinária por trás das negociações de paz da Colômbia com as FARC". A obra foi publicada pela editora Aneko Press em 2014.

A Colômbia não está entre os 50 países com maior perseguição religiosa, listados pela Missão Portas Abertas. Mas de acordo com a organização missionária, um grande desafio que os cristãos enfrentam no país é o combate ao crime organizado.

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