Anim* era de uma família de cartomantes e seria a próxima a fazer leitura de sortes, seguindo os caminhos de sua mãe e avó. A confirmação de que a jovem seguiria os passos das mulheres de sua casa foi feita por uma cigana.
“Minha mãe e minha avó eram cartomantes”, disse ela, “então minha mãe não ficou surpresa quando a cigana confirmou isso”, disse Anim, contando sobre a “visão” que a mulher teve com ela.
A surpreendeu não foi se a jovem seria ou não mais uma cartomante em sua família, mas a declaração da mulher de que Anim pagaria um alto preço por este “presente”. A cigana disse que isso custaria a Anim a vida de alguém que ela amava. Mesmo assim, sua mãe decidiu que atuar como cartomante valia o “preço” a ser pago.
Pouco depois, quando Anim tinha 12 anos, seu pai desapareceu em circunstâncias muito estranhas.
“Decidi naquele momento que não queria seguir os passos da minha mãe e da minha avó. Eu não tentaria falar com os espíritos se eles exigissem a vida de um membro da minha família em troca de sua ajuda”, lembra.
Mais tarde, Anim estudou Direito e encontrou um emprego de que gostava. No entanto, depois de trabalhar por um tempo, ela conheceu um jovem que queria se casar com ela e, na tradição da Ásia Central, ele a sequestrou para torná-la sua noiva.
“Meu avô era contra a partida, mas minha mãe era a favor, então decidi finalizar e me tornar sua esposa”, conta Anim. Recusar o acordo após ser sequestrada seria visto como vergonhoso em sua cultura. Em vez disso, Anim tornou-se parte de uma nova família que estava mais comprometida com a prática do Islã do que sua própria família.
Ela começou a orar cinco vezes por dia. “Eu sabia que Deus era real e queria agradá-Lo. Tentei fazer o que era certo”, dizia.
Ajuda missionária
Logo ela ficou grávida e, com o nascimento dos filhos, o marido de Anim decidiu que ela não deveria mais trabalhar fora de casa.
Depois que seu quarto filho nasceu, quando ela estava presa à cama com complicações de parto, Anim conheceu missionárias da Batista do Sul que estavam visitando sua cidade.
Vendo que ela não podia pagar pelos remédios, eles ajudaram a fornecer o que ela precisava. Sua condição melhorou lentamente e as missionárias continuaram a visitá-la de tempos e tempos.
Enquanto se recuperava fisicamente, Anim começou a conversar com aqueles cristãos sobre coisas espirituais. Ela compartilhou sua história e confessou sentimentos de confusão e desesperança. Enquanto os representantes do IMB compartilhavam o Evangelho com ela, Anim ouvia com atenção. Ela aceitou uma Bíblia como presente das missionárias e começou a ler.
Vida para Jesus
Anim também explicou às missionárias cobre as dificuldades de sua vida. Ela queria se divorciar do marido porque ele batia nela regularmente. Seus filhos estavam perdendo peso porque a família não tinha dinheiro para comprar comida. Ela queria ajudar no sustento de sua família, mas seu marido não permitia que ela trabalhasse.
Após ouvirem Anim, as missionárias ofereceram ajuda com a comida. Ela aceitou com relutância. Na ocasião, eles também disseram a ela sobre como encontrar paz com Deus. Anim estava pronta para confessar sua necessidade e colocar sua fé em Jesus. Ela queria conhecer alguém que a amasse incondicionalmente e, depois de orar e pedir a Jesus para ser seu Senhor e Salvador, Anim não conseguia parar de sorrir.
“Eu me sinto muito mais leve!”, confessou Anim a uma das missionárias. “É como se eu fosse uma nova pessoa e você fosse minha irmã verdadeira!”, disse.
Os representantes do IMB são gratos aos Batistas do Sul pelo papel que desempenharam na jornada de Anim, e pedem oração por Anim e sua família.
Pouco depois de Anim se tornar seguidora de Jesus, ela começou a ler as Escrituras com a sogra e os filhos. Recentemente, quando as missionárias da IMB visitaram Anim elas a ajudaram a levar sua sogra a Cristo.
Hoje Anim e sua família fazem parte de um grupo étnico minoritário na Ásia Central, entre o qual há poucos crentes.
*Nome alterado por segurança