O pastor Hyeon Soo Lim participou de um culto no último domingo (13), pela manhã na Igreja Presbiteriana Coreana da Luz, em Mississauga, Ontário (Canadá), apenas um dia depois de chegar ao país.
O líder cristão foi libertado de uma prisão norte-coreana na última quarta-feira (9), depois de passar mais de dois anos sendo submetido a trabalhos forçados. A pena do pastor era de prisão perpétua, porém ele acabou sendo absolvido das acusações.
"Estou feliz", disse Lim com um sorriso, acompanhando da reação dos fiéis eufóricos de sua igreja e uma grande quantidade de jornalistas que o aguardavam à porta na igreja, que ele mesmo fundou.
Acusado de conspirar para derrubar o regime dominante da Coreia do Norte, Lim foi condenado à prisão perpétua em 2015. O pastor havia viajado para a Coreia do Norte mais de cem vezes para atuar em programas humanitários. Sua libertação ocorreu depois que uma delegação canadense viajou para Pyongyang no início da semana passada para negociar sua libertação. Lim, que foi libertado na quarta-feira, chegou ao Canadá no sábado.
"Estou tão agradecido por ter Deus me permitido estar com todos vocês aqui hoje", disse Lim à sua congregação em coreano.
Lim agradeceu ao primeiro-ministro do Canadá e sua equipe por ajudarem a garantir sua liberação, bem como aqueles que oraram por ele.
"Ainda é como um sonho", disse ele sobre sua liberdade. "Verdadeiramente, isso é tudo pela graça de Deus".
Em seu discurso, Lim falou de "dias de solidão irresistível".
"Era difícil ver quando e como a prova terminaria completamente", disse ele. "Mas esse isolamento também me deu a oportunidade de passar um longo período a sós com Deus".
Forçado a trabalhar em um campo de trabalhos pesados, Lim descreveu como era desgastante ter de cavar buracos na terra congelada.
"Minha parte superior do corpo suava; mas meus dedos das mãos e dos pés estavam congelando", disse ele.
Na primavera e no verão, ele disse que trabalhava oito horas por dia, mas o peso das atividades e as condições precárias em que vivia o levaram a ser sido hospitalizado quatro vezes. Apesar das dificuldades ele encontrou descanso na leitura, sobretudo da Palavra de Deus.
"Eu adorei a Deus sozinho, por 130 domingos", disse ele. "Mesmo durante os trabalhos forçados, não parei de orar".
Lim disse que foi sua fé que lhe permitiu superar seu desespero e o tratamento violento que recebeu na Coreia do Norte.
"Eu aprendi a aceitar completamente tudo isso como uma forma de amor e disciplina de Deus para me fortalecer", disse ele. "Pelo tempo perfeito e soberano de Deus, fui libertado, voltei para casa e estou aqui com vocês, hoje".