Um pastor evangélico em Cuba foi condenado a um ano de trabalhos forçados e prisão domiciliar, após desafiar o governo comunista do país e insistir para que seus filhos fossem educados em casa, podendo assim receber também ensinamentos mais aprofundados sobre a Bíblia.
A organização cristã 'International Christian Concern' (ICC) informou na última quinta-feira (13), que o Pastor Ramon Rigal, líder da Igreja de Deus em Cristo no país, declarou abertamente que sua decisão de não matricular mais seus filhos nas escolas públicas foi baseada em sua fé cristã.
Como o 'Diário de Cuba' informou na semana passada, Rigal havia sido originalmente condenado a um ano de prisão em Guantánamo, mas uma ação recente de sua defesa conseguiu uma alteração da punição, permitindo que ele cumprisse a pena em regime domiciliar.
O pastor disse que seus advogados provaram que ele não cometeu nenhum ato criminoso grave, mas os defensores da liberdade religiosa advertiram que a sentença de trabalhos forçados ainda é uma punição muito séria e exagerada.
"O trabalho de prisão correcional é uma forma de castigo físico forçado, na qual o Estado tipicamente escolhe os locais e as condições de trabalho", disse o pastor Mario F. Barroso, ativista da liberdade religiosa do Instituto Patmos.
"As pessoas condenadas a essa penalidade são levadas a uma fazenda ou algum lugar desse tipo... e acredite, o trabalho que os condenados realizam ali não é nada leve", acrescentou.
Rafael Cardona, correspondente da ICC para a América Latina, disse que é "muito preocupante e desanimador" que um pastor tenha sido punido dessa maneira simplesmente por escolher educar seus filhos em casa, sob os preceitos de sua fé cristã.
"É ainda mais flagrante quando uma dura punição é emitida, apesar de ter uma defesa legal adequada, que prova que nenhuma lei criminal foi violada. No caso do Pastor Rigal, temos que estar cientes de que ele fez múltiplas tentativas de informar ao Estado sobre os conteúdo da educação de seus filhos e incluiu elementos religiosos neste relatório", disse Cardona.
"No entanto, as autoridades cubanas ainda prosseguiram com uma sentença que não parece corresponder à suposta ofensa. Infelizmente, esses tipos de medidas repressivas contra cristãos ocorrem comumente em Cuba. Continuaremos orando pelo Pastor Rigal e sua família", acrescentou.
Em maio (2017), dezenas de pessoas protestaram do lado de fora da Embaixada de Cuba em Washington D.C, em apoio ao pastor, falando contra sua sentença inicial de um ano de prisão.
Os manifestantes tentaram entregar uma petição assinada por cerca de 31 mil pessoas ao governo cubano, mas os funcionários da embaixada os dispensaram no momento.