Pastor que protestou contra demolição de igrejas na China é preso pela 3ª vez

Huang Yizi foi detido pela polícia na porta de casa, acusado falsamente de “operações comerciais ilegais”.

fonte: Guiame, com informações de China Aid, Portas Abertas e Bitter Winter

Atualizado: Sexta-feira, 4 Julho de 2025 as 3:09

O pastor Huang Yizi. (Foto: China Aid).
O pastor Huang Yizi. (Foto: China Aid).

Na manhã do dia 26 de junho, o pastor Huang Yizi foi preso pela polícia na porta de casa na China.

Segundo a esposa do pastor, os policiais realizaram uma busca na residência e confiscaram diversos objetos, sem apresentar um mandado. Quando ela tentou gravar a ação, os policiais proibiram e a agrediram.

Yizi é um conhecido líder cristão na província de Zhejiang e tem enfrentado a perseguição do governo comunista há anos. No mesmo dia, outros quatro cristãos de Zhejiang também foram presos.

No dia seguinte, as autoridades informaram a esposa do pastor que ele havia sido preso sob a acusação de “operações comerciais ilegais”.

Conforme a China Aid, organização que apoia cristãos perseguidos, a acusação é falsa e é usada pelo regime como uma desculpa para perseguir líderes cristãos.

Huang Yizi tem enfrentado vigilância das autoridades há muito tempo. O líder já foi condenado a um ano de prisão em 2015, após organizar uma manifestação para protestar contra a demolição de cruzes em igrejas na China. Ele foi detido novamente em 2017.

Em menos de um mês após ser liberto, Huang foi acusado falsamente de revelar segredos de Estado para entidades estrangeiras e foi colocado em prisão domiciliar durante cinco meses. 

Nos anos seguintes, o líder chinês continuou sendo monitorado pelo governo comunista. 

Sem direito a advogado

A China Aid denunciou que os advogados do pastor foram impedidos de se reunir com ele no Centro de Detenção de Pingyang, onde está preso. Os advogados registraram uma reclamação na Justiça pela restrição dos direitos do seu cliente.

“Eles apontaram que os investigadores do caso podem estar obstruindo ilegalmente a reunião, o que pode estar vinculado à coleta ilegal de evidências. Os advogados alertaram publicamente que qualquer evidência obtida por meios ilegais deve ser excluída pelo procurador local e promotores da Procuradoria Popular do Condado de Pingyang”, afirmou a organização.

A esposa do pastor Huang pediu orações em meio a incertezas. “Ore pelas famílias e igrejas dos cristãos [detidos] e do pastor. Que o Senhor os console e fortaleça”, declarou a Missão Portas Abertas.

A China ocupa o 15° lugar da Lista Mundial da Perseguição 2025 da Missão Portas Abertas de países mais difíceis para ser cristão.

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