Pastor uigur é libertado após 15 anos preso na China

Alimujiang Yimiti, líder de uma igreja doméstica para uigures, foi detido em 2018, acusado falsamente de "divulgar segredos de Estado".

fonte: Guiame, com informações de Voice of the Martyrs

Atualizado: Quarta-feira, 22 Março de 2023 as 5:09

Alimujiang Yimiti, líder de uma igreja doméstica para uigures, foi detido em 2018. (Foto: VOM).
Alimujiang Yimiti, líder de uma igreja doméstica para uigures, foi detido em 2018. (Foto: VOM).

O pastor uigur Alimujiang Yimiti foi libertado da prisão, após cumprir sua sentença de 15 anos, na China.

De acordo com a Voice of the Martyrs, organização que apoia os cristãos perseguidos, Yimiti está em casa com sua família. Outros detalhes sobre sua libertação não foram divulgados.

Também conhecido como Alim, de origem uiguir, ele deixou o islã e se tornou um seguidor de Cristo em 1995.

O cristão liderou uma igreja doméstica para uigures em Kashgar, na região de Xinjiang. O trabalho do pastor acabou se tornando alvo do governo comunista.

Em 2007, as autoridades acusaram Alim de usar seu negócio para “infiltrar” a ideologia cristã em Kashgar. 

Em janeiro do ano seguinte, ele foi detido pela polícia por “incitar o separatismo” e “fornecer ilegalmente segredos de Estado a organizações estrangeiras”, devido a uma conversa que teve com um líder americano.

O seu processo foi julgado secretamente e a família do pastor foi proibida de comparecer ao tribunal.

No dia 27 de outubro de 2009, o Tribunal Intermediário de Kashgar condenou Alimjan por "divulgar segredos de Estado" e o sentenciou a 15 anos de prisão

Os advogados apelaram da sentença, mas o Supremo Tribunal Civil de Xinjiang confirmou o veredicto no dia 16 de março.

O caso do pastor Alimujiang Yimiti fez com que o mundo soubesse dos crimes contra a humanidade do governo chinês contra minorias étnicas em Xinjiang.

Conforme a Cúpula Internacional de Liberdade Religiosa, cerca de 1 a 3 milhões de uigures e outros turcos muçulmanos estão detidos em campos de concentração na China, sujeitos a trabalhos forçados e a esterilização forçada. 

E mesmo os uigures que não são enviados a campos de concentração, enfrentam vigilância extrema do governo chinês.

Durante a Cúpula Internacional de Liberdade Religiosa nos EUA em 2021, uma sobrevivente uigur dos campos de detenção na China relatou o terror vivido na prisão e denunciou estupros sistemáticos cometidos pelos guardas contra as mulheres uigur detidas.

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