Em uma das regiões mais desafiadoras da África, onde mais de 90% dos pastores fora da capital jamais tiveram acesso a qualquer tipo de treinamento ministerial, um grupo de pastores brasileiros embarcou para o Quênia com um propósito: capacitar, inspirar e servir. A missão reuniu representantes da Igreja Relevans, Igreja da Cidade e Rede Inspire em uma jornada de impacto espiritual e social.
Durante vários dias, o grupo promoveu treinamentos voltados à formação ministerial, encontros com lideranças locais e ações sociais que incluíram a entrega de alimentos e cestas básicas em comunidades da capital e também em aldeias do interior de Nairóbi. Em locais onde a carência de estrutura e recursos é ainda mais acentuada, os missionários brasileiros buscaram oferecer ferramentas práticas e sustentáveis para o fortalecimento das igrejas locais, ajudando pastores a desenvolverem seus ministérios com excelência e visão de longo prazo.
Entre os participantes estiveram o Pr. Tiago Suguihara, da Igreja Relevans, e o Pr. Marcos Madaleno, da Igreja da Cidade, além de outros líderes comprometidos com o fortalecimento da igreja africana.
“Em cada rosto vimos uma fé viva e uma sede genuína por aprender. Essa viagem não foi sobre o que levamos, mas sobre o quanto recebemos em troca — a simplicidade, a força e a esperança de um povo que serve com o que tem. Nosso propósito é somar forças com o que Deus já está fazendo neste continente e deixar mais do que palavras: queremos deixar estrutura, conhecimento e fé prática”, destaca o Pr. Tiago Suguihara.
Um dos aspectos mais marcantes observados pela equipe foi a cultura de serviço comunitário que acompanha a expansão das igrejas locais: antes mesmo da construção do templo, o primeiro passo é perfurar um poço de água potável para atender à comunidade. O gesto simboliza o princípio de que o evangelho começa pelo cuidado com as pessoas, uma fé que se manifesta em ações concretas.
Cerca de 85,5% da população queniana se identifica como cristã, segundo o censo mais recente. O país está fotografado como vulnerável a perseguição de cristãos em certas regiões. Por exemplo, o relatório da Open Doors indica que o Quênia ficou na posição nº 51 na lista de 2025 de países onde é difícil ser cristão, e que “embora se reconheça que a maioria da população é cristã, os convertidos do Islã e comunidades minoritárias enfrentam riscos”.
A iniciativa reforça o compromisso da Igreja com a formação de líderes e o impacto social global, mostrando que o evangelho continua cruzando fronteiras não apenas para pregar, mas para transformar realidades com compaixão, propósito e fé em ação.