
O especialista em recuperação do vício em pornografia, Sam Black, alertou que o consumo de conteúdo erótico está destruindo silenciosamente a saúde espiritual de igrejas em todo o mundo.
O autor cristão afirmou que a pornografia está minando todos os ministérios da igreja local, desde o departamento infantil até o ministério de aconselhamento conjugal.
Após ser liberto do vício em conteúdo adulto, hoje, Sam atua como diretor da Life Change Education for Covenant Eyes, um ministério que capacita famílias e líderes a lidar com o problema.
Quebrando o silêncio
Segundo o autor, o primeiro passo para tratar da “epidemia da pornografia” nas igrejas é quebrar o silêncio e discutir o tema.
Pesquisas mostram que mais de 60% homens cristãos e mais de 30% das mulheres cristãs que congregaram em uma igreja dizem que lutam contra a pornografia. Porém, apenas 7% das igrejas fornecem recursos ou acompanhamento específico para lidar com o problema.
Entre a juventude, a luta contra a pornografia é constante. Cerca de 36% dos homens jovens relatam que consomem pornografia todos os dias. As jovens também são afetadas, 73% delas, de 18 a 35 anos, dizem ter visto pornografia nos últimos seis meses e mais de 25% afirmam ter visto na semana passada.
"A pornografia não é o que costumava ser. É muito mais acessível, mais extremo e mais violento. E está remodelando a forma como as pessoas pensam sobre sexo, relacionamentos e até mesmo o valor de outro ser humano”, explicou Sam Black, em entrevista ao The Christian Post.
O diretor citou pesquisas que mostram que 52% dos adolescentes são expostos à conteúdos pornográficos violentos, envolvendo asfixia, engasgo, tapa ou outros atos agressivos.
Os líderes cristão também não estão livres de lutar contra o pecado sexual. Cerca de 21% dos pastores de jovens e 14% dos pastores admitem lutar contra a pornografia, conforme estudos.
Sam cita três principais fatores que leva uma pessoa a se tornar viciada em pornografia: exposição precoce na infância, uso repetido de conteúdo pornô durante a adolescência e trauma emocional não resolvido.
Foi o que aconteceu com o autor. Ele foi exposto à pornografia aos 10 anos e cresceu consumindo conteúdos eróticos, como uma fuga emocional dos sentimentos de raiva, medo e isolamento que sentia.
Vício está relacionado a diminuição da oração e leitura da Bíblia
Black explicou que, de acordo com uma pesquisa da Universidade de Oklahoma, o uso de pornografia entre os cristãos está relacionado com a diminuição da oração, da leitura da Bíblia e do serviço voluntário na igreja.
"Quando a pornografia se torna parte de sua vida, ela corrói sua confiança no desígnio de Deus. Você começa a duvidar não apenas de sua fé, mas do próprio Deus”, observou.
Para o autor, a maioria dos pastores não estão preparados para lidar com o vício em pornografia porque não receberam formação sobre o tema nos seminários ou conferências.
Confissão e oração
Além disso, muitos líderes não possuem um relacionamento próximo com os membros para que eles se abram e falem de suas lutas.
"Não é o tamanho da igreja que é o problema. Temos que nos perguntar qual parte de Tiago 5:16 – 'orem uns pelos outros para que sejam curados' – não estamos dispostos a acreditar o suficiente para praticar”, ressaltou Sam.
Ele afirmou que ignorar o problema da pornografia na igreja prejudica todos os ministérios, desde o departamento infantil até os programas de fortalecimento de casamentos.
"Abordar essa questão não drena os recursos de uma igreja, [ao contrário] fortalece o Corpo de Cristo. As pessoas crescem nas Escrituras, na oração e na disposição de servir”, garantiu o especialista.