A família Romeike, que fugiu da Alemanha para os Estados Unidos, poderá ser deportada nas próximas semanas. Eles se mudaram depois de serem multados pelo governo alemão em cerca de 9.000 dólares por educar os seus filhos em casa, há 15 anos.
Segundo a “Home School Legal Defense Association” (HSLDA) — “Associação de Defesa das Escolas Domésticas” — Christian Romeike, um dos sete filhos, foi informado pelo escritório local de Imigração e Alfândega no dia 6 de setembro que a família tem quatro semanas para deixar o país.
Os Romeike se mudaram para a América em 2008 quando solicitaram o estatuto de asilo, porque queriam educar os seus filhos em casa por motivos religiosos. Atualmente, eles moram no estado do Tennessee.
De acordo com o Christian Post, o ensino em casa é proibido na Alemanha em quase todas as circunstâncias, e quaisquer pais que se recusem a enviar os seus filhos para a escola podem enfrentar multas, prisão ou mesmo perder a custódia dos menores.
A HSLDA acredita que a decisão de educar os filhos em casa parte de uma “preocupação crescente de que o conteúdo do currículo das escolas públicas alemãs — particularmente elementos anticristãos e sexuais — ameaçava prejudicá-los”.
Entenda o caso
Os Romeikes enfrentaram anos de batalhas legais nos EUA, enquanto as autoridades de imigração alegavam que eles não cumpriam as exigências para receber asilo.
Em maio de 2013, três juízes do Tribunal de Apelações do Sexto Circuito dos EUA decidiram por unanimidade contra a família Romeike, justificando que eles não estavam sendo perseguidos por suas crenças.
Em 2014, vários meses depois de o Supremo Tribunal dos EUA ter recusado ouvir um recurso no caso, o Departamento de Segurança Interna do país concedeu à família Romeike um estatuto especial que lhes permitiu permanecer na América.
Nos últimos anos, a família se apresentou regularmente ao escritório local do Immigration and Customs Enforcement (ICE) e foi autorizada a trabalhar e a educar os filhos em casa. Com isso, durante um check-in de rotina, a decisão do ICE de deportar a família foi anunciada.
“A América é uma terra de liberdade e oportunidades, e existem poucas liberdades ou oportunidades mais importantes do que a capacidade dos pais de dirigirem com segurança a educação dos seus próprios filhos, sem medo de punição ou perseguição”, disse o presidente da HSLDA, Jim Mason, em um comunicado.
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Em entrevista ao portal WBIR News, o pai, Uwe Romeike, disse que ser forçado a voltar para a Alemanha seria desastroso.
“Meus familiares trabalham aqui. Tudo está aqui na América. Não temos lugar para morar lá. Não tenho trabalho para sustentar minha família lá", explicou ele.
Sobre o caso, Kevin Boden, advogado que representa a família, afirmou à Fox News: “Posso dizer que falei com famílias que têm medo na Alemanha, e a luta e perseguição são muito reais lá hoje como era há 15 anos”.