Arqueólogos descobrem vestígios de antiga comunidade cristã no Egito

Segundo Victor Gica, chefe da missão, as inscrições indicam que religiosos se estabeleceram nesta área desde o século V.

fonte: Guiame, com informações do Arab News

Atualizado: Quarta-feira, 17 Março de 2021 as 11:58

Sítio Tal Ganoub Qasr Al-Ajouz no Oásis Bahariya no Deserto Ocidental; no destaque fragmento de argila com inscrições cristãs antigas. (Foto: Ministério do Turismo e Antiguidades do Egito / AFP)
Sítio Tal Ganoub Qasr Al-Ajouz no Oásis Bahariya no Deserto Ocidental; no destaque fragmento de argila com inscrições cristãs antigas. (Foto: Ministério do Turismo e Antiguidades do Egito / AFP)

Uma equipe de arqueólogos liderada pelo Instituto Francês de Arqueologia Oriental (IFAO) descobriu edifícios antigos no Oásis Bahariya, a sudoeste do Cairo, capital do Egito, informa o Ministério de Turismo e Antiguidades egípcio.

Em um comunicado, o ministério disse que a missão descobriu uma série de edifícios de tijolos e basalto na área de Tal, ao sul de Qasr Al-Ajouz, no Oásis de Bahariya.

A missão revelou 19 quartos esculpidos na rocha e uma igreja bem preservada. As paredes exibiam escrita em tinta amarela, incluindo textos da Bíblia em grego, refletindo a natureza da vida religiosa na região.

Segundo Victor Gica, chefe da missão, as inscrições indicam que religiosos se estabeleceram nesta área desde o século V.

Entre as descobertas estão uma igreja e o seu refeitório, fontes, várias salas e muitas peças de óstraca, que são fragmentos de cerâmica com escrita grega dos séculos V e VI.

A descoberta ocorre na terceira temporada de trabalhos de perfuração e exploração da missão na região.

Gica explicou que esta descoberta é importante porque dá uma visão sobre o planejamento de edifícios e a formação das primeiras congregações no Egito.

Osama Talaat, chefe do setor de antiguidades islâmicas, coptas e judaicas no Conselho Supremo de Antiguidades do Egito, disse que os edifícios de tijolos datam entre os séculos IV e 17 e consistem em seis áreas que incluem os restos de três igrejas, bem como paredes com inscrições e símbolos com conotações coptas.

O Egito busca promover seu patrimônio ancestral por meio dessas descobertas, a fim de reviver o setor do turismo, que sofreu muitos golpes sucessivos devido à instabilidade política no país desde a derrubada do falecido presidente Hosni Mubarak, há uma década.

 

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