O mais recente relatório do Departamento de Estado dos EUA, que descreve a situação da liberdade religiosa em todo o mundo, revelou que a China persiste como um dos principais violadores dos direitos humanos globais.
"Os governos em muitas partes do mundo continuam a atacar as minorias religiosas usando uma série de métodos, incluindo tortura, espancamentos, vigilância ilegal e os chamados campos de reeducação", disse o secretário de Estado, Antony Blinken, na segunda-feira.
Blinken disse ainda que os grupos de direitos humanos intensificaram seus esforços "muitas vezes com grande risco pessoal" para documentar o genocídio e os crimes contra a humanidade.
A pesquisa, que abrangeu a liberdade religiosa em todo o mundo ao longo de 2022, revelou um aumento progressivo da opressão religiosa na China ao longo do último ano.
"A China continua a ser um dos piores violadores dos direitos humanos e da liberdade religiosa no mundo", disse um alto funcionário do departamento a repórteres.
Pequim contestou as conclusões e, na terça-feira, afirmou que as declarações de Washington "carecem de base factual e distorcem as políticas étnicas e religiosas da China".
"Essas observações são inteiramente motivadas por viés ideológico, sem respeito pela verdade ou racionalidade. Não aceitamos, e rejeitamos categoricamente", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Wang Webin, a repórteres em sua coletiva de imprensa diária.
"A alegação de 'genocídio' nada mais é do que uma mentira flagrante propagada pelo lado dos EUA", acrescentou, ecoando os pontos de discussão do Partido Comunista Chinês, que há muito nega as acusações de graves abusos dos direitos humanos e genocídio.
De acordo com um relatório da ABC News até 10.000 pessoas podem ser presas na China por suas crenças religiosas em 2022.
A pesquisa do Departamento de Estado também descobriu que países como Irã, Afeganistão, Índia e Coreia do Norte também eram grandes infratores quando se tratava de preservar os direitos religiosos dos cidadãos.