Cônsul de Israel comenta o trato entre Brasil e o Estado judaico: "As relações continuam se desenvolvendo"

Em julho do ano passado, o mundo voltou suas atenções para o conflito entre Israel e os palestinos, que resultou em milhares de mortos. O sul de Israel tem sido alvo contínuo de mísseis enviados pelo grupo islâmico Hamas, que controla a Faixa de Gaza desde 2007. Mas na ocasião, o conflito eclodiu depois que três adolescentes israelenses foram desaparecidos na Cisjordânia por uma suposta autoria do grupo islâmico. Em entrevista exclusiva ao Guiame durante a 4° FLIC, o cônsul-geral de Israel em São Paulo, Yoel Barnea, explicou que depois de tentar diversos caminhos diplomáticos para cessar os ataques contra a população israelense, o Estado de Israel sentiu a necessidade de tomar medidas militares diante da frequente ameaça contra sua população. "Como resultado disso, diversos países manifestaram sua insatisfação com a política israelense nesse âmbito, sem tomar em conta as argumentações e a situação do Estado de Israel e sua população", disse Barnea. Barnea relembra que o Itamaraty, Ministério das Relações Exteriores do Brasil, fez um comunicado "tendencioso e unilateral, que não levou em conta a situação do Estado de Israel e as circunstâncias que levaram o país a tomar essas medidas". Ainda que as instabilidades tenham cessado, o problema não foi resolvido. Barnea conta que ainda hoje existem mísseis sendo apontados em direção ao sul de Israel.

 

Por outro lado, o incidente foi superado e, hoje em dia, há um bom relacionamento entre Israel e o Brasil. "Esse episódio foi superado e as relações entre Israel e Brasil continuam se desenvolvendo do ponto de vista comercial, cultural, econômico e intercâmbio tecnológico", aponta o cônsul.

 

Barnea relembrou da divisão da cidade de Jerusalém entre judeus e palestinos depois da Guerra da Independência em 1948. "Israel e o povo judeu tem um relacionamento extremamente forte com Jerusalém no âmbito espiritual, religioso e cultural", explica ele.

 

O constante conflito entre judeus e palestinos para obter posse da região é considerado por Barnea um tema de extrema importância. "Jerusalém é importante para o mundo cristão, sem dúvida nenhuma, e para o mundo muçulmano também", comenta.

 

O cônsul considera que é necessário haver um acordo de paz entre Israel e os palestinos. "Nós temos nossas reivindicações e o lado palestino tem as suas. Temos que trazer isso nas mesas de negociações e ver como encontrar uma solução para os diversos temas, que são delicados", pondera.