Filósofo ateu testemunha conversão ao Cristianismo e afirma: ‘Jesus era Deus encarnado’

Em entrevista ao canal "Capturing Christianity", Philip Goff testemunhou sobre sua conversão à fé cristã.

fonte: Guiame, com informações da Gazeta do Povo

Atualizado: Segunda-feira, 14 Outubro de 2024 as 1:22

O filósofo britânico Philip Goff. (captura de tela/YouTube/Capturing Christianity)
O filósofo britânico Philip Goff. (captura de tela/YouTube/Capturing Christianity)

Um filósofo britânico e professor universitário, considerado uma figura emblemática entre os acadêmicos e intelectuais – grupo com um dos maiores percentuais de ateus no mundo –, relata sua conversão ao Cristianismo.

Philip Goff foi descrente por quase três décadas, tendo recusado a confirmação na Igreja Católica durante a adolescência. Recentemente convertido, ele aderiu à Igreja Anglicana.

Apesar de se alinhar com teologias mais liberais, Goff não tem dúvidas de que Jesus Cristo existiu em forma humana e foi crucificado. “Existe algo único sobre Jesus. Em algum sentido, ele era Deus encarnado”, afirmou.

Em entrevista a Cameron Bertuzzi, do canal Capturing Christianity, o intelectual testemunhou sobre sua mudança para a fé cristã.

“Eu nunca pensei que iria me tornar um cristão”, confessou o ex-ateu, que descreveu sua jornada como o resultado de sua maturidade intelectual.

Igreja e oração

Autor de quatro livros, incluindo “O Erro de Galileu: Bases para uma Nova Ciência da Consciência”, que foi traduzido para o português, Goff sempre afirmou não haver evidências suficientes para a existência de Deus.

No entanto, ele surpreendeu a todos ao anunciar publicamente sua conversão ao Cristianismo. Atualmente, além de frequentar a igreja, Goff diz que ora diariamente, refletindo uma mudança significativa em sua crença.

“Depois de muito tempo lendo, e de muitas conversas com diferentes tipos de pensadores cristãos, eu descobri uma forma de Cristianismo que faz sentido para mim do ponto de vista intelectual e que também ressoa profundamente", disse o filósofo, que é um dos autores mais influentes no campo da Filosofia da Mente e tem quase 2.500 citações acadêmicas segundo a plataforma Google Scholars.

A conversão de Goff lembra a de C.S. Lewis, que também foi um professor e filósofo britânico, inicialmente um ateu convicto, antes de se converter ao Cristianismo. Posteriormente, Lewis se tornou uma das vozes mais influentes da apologética cristã.

A teologia de Goff apresenta diferenças significativas em relação aos ensinamentos das correntes mais ortodoxas do Cristianismo. No entanto, sua conversão representa uma mudança marcante.

Existência de Deus

Ele contou que sua transformação teve início há seis anos, quando foi convidado pela Universidade de Durham, onde leciona, a ensinar a disciplina de Filosofia da Religião.

 Para se preparar para o curso, ele começou a examinar mais atentamente os argumentos em favor da existência de Deus e, para sua surpresa, encontrou a posição teísta muito mais sólida do que imaginava.

"Eu me peguei pensando que, na verdade, esses argumentos são bastante convincentes”, explicou Goff ao anunciar sua conversão.

Dois argumentos, em particular, foram decisivos para a mudança de postura de Goff.

O primeiro é o conceito de ajuste fino do universo, que sugere que Deus é a melhor explicação para a infinidade de constantes físicas que possibilitam a vida.

"Esta é uma descoberta recente, das últimas décadas: muitos dos números na física são incrivelmente improváveis e estão precisamente ajustados para permitir a vida", afirmou Goff.

O segundo argumento que levou Goff a abandonar a descrença foi a explicação teísta sobre a existência de seres conscientes.

Embora ele acredite na teoria da evolução, Goff argumenta que o processo evolutivo, por si só, não explica adequadamente por que as pessoas possuem consciência. Se a adaptação para a sobrevivência é o único critério relevante, por que existem seres capazes de escrever tratados de filosofia?

"A evolução favorece criaturas que se comportam de maneira a garantir sua sobrevivência. Por isso, é difícil entender por que a seleção natural teria a motivação de nos proporcionar consciência, ou uma experiência interna do mundo. Por que não simplesmente criar mecanismos complexos que sobrevivam, como máquinas de sobrevivência?", questionou o ex-ateu.

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