Os seguidores do pastor norte-americano Francis Chan não irão mais encontrá-lo no Facebook, Instagram ou Twitter. Em entrevista à revista Charisma, ele explicou que decidiu abandonar as mídias sociais devido à maneira como as pessoas estão lidando com a plataforma.
“Vivemos em um momento em que as pessoas são muito rápidas em falar. A Bíblia nos ordena o oposto a isso. Com as mídias sociais, há muito mais palavras. Parece que o objetivo das mídias sociais é dizer as coisas o mais alto que você puder para causar choque e ganhar a atenção das pessoas”, disse o pastor.
“Isso não é o que as Escrituras nos dizem”, Chan acrescenta. “As Escrituras nos dizem que quando são muitas as palavras, o pecado está presente (Provérbios 10:19). As Escrituras nos dizem para sermos prontos para ouvir, tardios para falar e tardios para nos irar (Tiago 1:19)”.
Chan avalia que esta atitude nas mídias sociais torna mais difícil a atuação dos pastores. “Vivemos num momento em que as pessoas criticam rapidamente a igreja e a liderança, com essa suposição de que eles sabem melhor. É um momento muito difícil para os líderes cristãos liderarem”.
O pastor acredita que os cristãos devem buscar maturidade e resistir ao impulso de demonstrar “o quão errado seu oponente está” em um debate. Em vez disso, devemos buscar um espírito humilde como tinha Davi, que se submeteu ao rei Saul por saber que Deus estava no controle da situação.
“Onde está esse espírito [de humildade] na Igreja hoje? Eu só quero ter cuidado com os ungidos do Senhor. Estamos cercados por uma cultura que tenta reservar as palavras mais fortes para esmagar a liderança. Esse virou um jeito de sermos ouvidos e tornar nossos nomes conhecidos”, lamenta Chan.
“Procuremos ser diferentes na Igreja e mostrar mais graça. Como Efésios 4 diz: ‘Façam todo o esforço para conservar a unidade do Espírito’, enquanto todos os outros estão tão rápidos em disputar”, ele orienta.
Sucesso na visão do mundo
Na era dos influenciadores digitais, engajamento se tornou palavra chave do sucesso. Mas Chan afirma que nunca mediu a influência de seu ministério pelos números apresentados pelas mídias sociais.
“Ficamos apaixonados por esses números que não são, de fato, seguidores. Se realmente fizéssemos discípulos, seria mais saudável para a Igreja. Eu acho que estamos tão apaixonados por números grandes, e [esquecemos de] manter o estilo de vida verdadeiro e profundo do discipulado, porque nisso não há nada para tweeter”, afirma.