De acordo com a mídia estatal do Irã, câmeras de segurança foram instaladas em locais públicos para identificar mulheres que violam a “lei do hijab” vigente no país.
As mulheres que não estiverem usando o véu islâmico, inclusive as cristãs e de outras minorias religiosas, correm o risco de serem presas por não cobrirem os cabelos.
Muitos iranianos estão nas ruas protestando sobre os códigos de vestimenta que tornam obrigatório o uso do hijab. Os protestos acontecem desde a morte da jovem Mahsa Amini, que foi espancada por usar o véu de forma inadequada.
Implementação da lei do hijab
De acordo com notícias da CNN, as autoridades não mostram sinais de recuar na questão. “Em uma medida inovadora e para evitar tensões e conflitos na implementação da lei do hijab, a polícia iraniana usará câmeras inteligentes em locais públicos para identificar pessoas que violam as normas”, disse a agência de notícias estatal Tasnim, citando a polícia.
Depois que as mulheres forem identificadas, elas receberão mensagens de advertência detalhando a hora e o local específicos em que “violaram” a lei.
“No contexto de preservar valores, proteger a privacidade familiar e manter a saúde mental e a tranquilidade da comunidade, qualquer tipo de comportamento individual ou coletivo contra a lei não será tolerado”, afirmou ainda a Tasnim.
Sobre os protestos
Enquanto isso, os protestos que já se espalharam por quase 50 cidades do Irã, deixam mortos e feridos.
O povo foi às ruas, principalmente as mulheres. Muitas delas estão arrancando seus véus e girando no ar e outras estão queimando-os em fogueiras como forma de protestar pela morte de uma mulher inocente.
Vários vídeos foram publicados em redes sociais mostrando as cenas. Algumas mulheres chegam a cortar os cabelos, conforme relatou o G1.
A polícia nega que Amini tenha sido maltratada e diz que ela morreu de ataque cardíaco. A família nega que a jovem tinha histórico de problemas cardíacos.
Imposição de regras absurdas
O regime iraniano impõe suas visões religiosas a todos, o que viola as normas internacionais sobre liberdade de expressão, direitos das mulheres e liberdade de religião ou crença.
Nota-se o claro objetivo por parte das autoridades iranianas em criar uma “pureza demográfica muçulmana”. A forma como os extremistas islâmicos tratam os cristãos é uma prova disso.
Até mesmo os muçulmanos convertidos ao cristianismo são submetidos às regras islâmicas, sob o risco de serem presos, torturados e até mortos. Há notícias de cristãos sequestrados e muitos que tiveram seus bens confiscados por motivos religiosos.