Mais de 60 jogadores e ex-jogadores da NFL (National Football League) – a liga profissional de futebol americano –, pediram uma ação do governo dos Estados Unidos contra o aumento da perseguição na Nigéria.
Segundo o Sports Spectrum, em 19 de dezembro, os atletas enviaram uma carta conjunta a altos funcionários do governo em Washington, incluindo o presidente Donald Trump e o presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Mike Johnson, o Líder da Minoria na Câmara, Hakeem Jeffries, ao Líder da Maioria no Senado John Thune e ao Líder da Minoria no Senado Chuck Schumer.
"A perseguição religiosa e étnica na Nigéria atingiu um nível que exige ação imediata e concreta dos Estados Unidos", inicia a carta.
"Como jogadores atuais e antigos da NFL que se importam profundamente com a justiça — aqui na América e ao redor do mundo — estamos entristecidos e indignados com a crescente violência, e escrevemos para exortá-los a agir agora para enfrentar a perseguição religiosa na Nigéria e garantir que os responsáveis sejam responsabilizados”.
O documento observou que há muitos jogadores nigerianos na NFL. “É uma nação de beleza extraordinária, cultura rica e povo resiliente. No entanto, por anos, nigerianos de todas as crenças suportaram ataques implacáveis, sequestros e assassinatos por grupos extremistas e redes criminosas que exploram divisões étnicas e religiosas. Essa brutalidade contínua não apenas devasta famílias e igrejas, mas também mina a estabilidade regional e os interesses de segurança e humanitários dos EUA”, argumentaram.
Medidas concretas para proteger cristãos
Em outubro deste ano, o presidente Trump reconheceu oficialmente a Nigéria como um "país de preocupação particular" — a classificação mais séria que os EUA atribuem a países que possuem perseguição religiosa.
Agora, os atletas da NFL pediram ações práticas para proteger os cristãos nigerianos. "Organizações humanitárias e de defesa independentes consistentemente classificam a Nigéria entre os lugares mais perigosos do mundo para viver abertamente como cristão", diz a carta.
"Agradecemos declarações anteriores condenando a violência e reconhecendo o sofrimento, mas a preocupação já não é suficiente", ressaltou.
No documento, os jogadores cristãos ainda sugeriram medidas para combater a perseguição: expandir a assistência humanitária dos EUA para os milhões de pessoas deslocadas na Nigéria; exigir relatórios públicos, trimestrais, ao Congresso sobre incidentes de violência motivada religiosamente; e ocupar o cargo de Embaixador Geral para Liberdade Religiosa Internacional no Departamento de Estado dos EUA.
Entre os jogadores que assinaram à carta estão: Steve Stenstrom, presidente da Sports Spectrum; Benjamin Watson, editor-chefe da Sports Spectrum; Tony Dungy, técnico principal do Hall da Fama; Kirk Cousins, do Atlanta Falcons; Jameis Winston, do New York Giants; Brock Purdy, do San Francisco 49ers; C.J. Stroud, do Houston Texans; e TreVeyon Henderson, do New England Patriots.
"Como homens que foram confiados com uma plataforma pública através da National Football League, sentimos uma responsabilidade moral de falar por aqueles cujos gritos permaneceram sem resposta por tempo demais", declararam.
“Pedimos a vocês, como líderes desta nação, que usem todo o peso de seus cargos para defender o direito fundamental de viver e adorar livremente, e enviar uma mensagem clara de que os Estados Unidos não ficarão de braços cruzados enquanto nigerianos são alvos, aterrorizados e mortos por causa de sua fé. As vidas em jogo não podem esperar”, concluiu a carta.
Nigéria é um dos lugares mais perigosos do mundo para cristãos
Conforme um relatório da Sociedade Internacional para Liberdades Civis e Estado de Direito (Intersociety), 7.800 outros cristãos foram detidos e sequestrados devido à sua fé, de 1º de janeiro a 10 de agosto deste ano, na Nigéria.
Além disso, mais de 7 mil cristãos foram assassinados por extremistas islâmicos e terroristas fulani no país.
De acordo com a Missão Portas Abertas, 4.476 cristãos foram mortos no mundo por causa da fé em 2024 — e 3.100 dessas mortes ocorreram na Nigéria.
Os ataques de grupos fulanis, Boko Haram e ISWAP continuam aumentando e sequestros para resgate cresceram de forma expressiva no país africano.
A Nigéria está na 7ª posição da Portas Abertas entre os 50 países onde é mais difícil ser cristão.