Jovem que fez mudança de gênero processa médicos por mentirem sobre efeitos colaterais

Isabelle Ayala foi internada para tratar uma depressão. No hospital, os médicos a orientaram a fazer uma terapia hormonal em vez de tratar seus problemas de saúde mental.

fonte: Guiame, com informações de The Daily Wire

Atualizado: Quinta-feira, 26 Outubro de 2023 as 10:55

A jovem está sofrendo com diversos problemas de saúde. (Foto: Ilustrativa/Unsplash/name_ gravity)
A jovem está sofrendo com diversos problemas de saúde. (Foto: Ilustrativa/Unsplash/name_ gravity)

Uma jovem que recebeu testosterona e passou por terapia hormonal quando era adolescente está processando seus médicos e a Academia Americana de Pediatria, nos Estados Unidos. 

Os advogados de Isabelle Ayala, de 20 anos, alegam que a instituição mentiu conscientemente sobre o impacto dos tratamentos radicais de mudança de sexo que recomendou.

Segundo o The Daily Wire, Isabelle tinha acabado de completar 14 anos quando foi internada por pensamentos suicidas. 

Durante a internação, o Dr. Jason Rafferty determinou na primeira avaliação que ela “atende aos critérios para considerar a transição hormonal”. 

O processo afirma que Rafferty e outros médicos enviaram Isabelle pelo “caminho da medicalização de 'afirmação de gênero'” em vez de abordar as verdadeiras raízes de seus problemas de saúde mental.

Seis meses após o início do tratamento com testosterona, Isabelle tentou cometer suicídio. Ela decidiu deixar de seguir as recomendações médicas quando se mudou de Rhode Island, EUA.

O processo

Atualmente, confortável com seu sexo biológico, a jovem lamenta o que os médicos fizeram com ela:

“Isabelle está agora com vinte anos e anseia pelo que poderia ter sido e por ter seu corpo feminino saudável de volta. Às mudanças que a testosterona teve em seu corpo são um lembrete constante de que ela precisava de um especialista médico imparcial, disposto a avaliar sua saúde mental e lhe fornecer os cuidados de que precisava, em vez de um grupo de ideólogos determinados a promover sua própria agenda e promover um conspiração mais ampla às custas dela”, relatou o processo.

De acordo com o The Daily Wire, o processo não vai apenas contra os médicos que trataram Isabelle, mas também contra a Academia Americana de Pediatria, onde Rafferty e os seus colegas trabalharam para publicar uma declaração política defendendo tratamentos agressivos de gênero para crianças. 

Os advogados de Isabelle dizem que a declaração faz menção a um “modelo de tratamento inteiramente novo” baseado em “representações totalmente fraudulentas” de provas científicas.

“Os réus duplicaram e triplicaram o seu compromisso com a declaração política e o seu 'modelo afirmativo' de tratamento, ao mesmo tempo que continuaram a promovê-la e a lucrar com ela”, afirma o processo, alegando que Isabelle e outras crianças são “vítimas de uma conspiração celebrada e perpetuada até os dias de hoje por certos indivíduos ideologicamente capturados em posições de poder na Academia Americana de Pediatria”.

Rafferty foi o principal autor da declaração política, e o processo afirma que ele a usou para lançar sua carreira médica.

Entre os outros médicos envolvidos no tratamento de Isabelle na Clínica de Gênero do Hospital Infantil Hasbro, em Rhode Island, estava a Dra. Michelle Forcier, uma defensora do chamado “cuidado de afirmação de gênero” para crianças.

Alegações da jovem

Segundo o The Daily Wire, Isabelle, que tem transtorno de personalidade múltipla, contou que foi pressionada pelos médicos a se submeter a tratamentos agressivos com testosterona e agora está lidando com os efeitos colaterais dolorosos e permanentes.

Ela chegou a relatar para Forcier que estava “cada vez mais deprimida e ansiosa” com os tratamentos de testosterona, porém, não fez nada para intervir.

O processo movido em seu nome afirma que ela é “uma infeliz vítima de um conjunto de atores que priorizaram a política e a ideologia em detrimento da segurança, da saúde e do bem-estar das crianças”. 

A jovem sofria de depressão desde que foi vítima de abuso sexual. O processo observou que Rafferty, Forcier e outros médicos não consideraram outras opções para tratar seu emocional antes de submeter Isabelle a um regime agressivo de hormônios e testosterona para realizar a transição de gênero.

Isabelle disse aos seus médicos que estava preocupada com a possibilidade de perder a capacidade de engravidar, mas mesmo assim eles continuaram o tratamento, sem revelar os potenciais danos que os medicamentos administrados poderiam ter no sistema reprodutor.

“Isabelle sofreu de atrofia vaginal devido ao uso extensivo de testosterona. Ela lida com o excesso de pelos faciais e corporais, assim como luta contra uma estrutura óssea comprometida. Ela não tem certeza se sua fertilidade foi irreversivelmente comprometida e ainda tem problemas de saúde mental como ansiedade e depressão, que foram agravados pelo sentimento de arrependimento. Desde então, ela contraiu uma doença autoimune da qual apenas os homens de sua família têm histórico”, explicou o processo.

De acordo com o The Daily Wire, o processo surge no momento em que aumenta o número de pessoas que se arrependem de ter passado por tratamentos de mudança de sexo nos Estados Unidos. 

No início deste mês, o grupo sem fins lucrativos Do No Harm publicou uma declaração estabelecendo um plano legislativo para capacitar as vítimas a irem atrás de profissionais médicos que administraram tratamentos para que eles ajudem a reverter os efeitos das cirurgias de transição de gênero.

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