O Ministério Público Federal de Goiás fez uma denúncia contra 11 brasileiros por formação de organização criminosa e promoção do terrorismo no Brasil. O documento oficial aponta que os denunciados tentavam recrutar homens, mulheres e até mesmo menores de idade para a realização de atentados terroristas no Brasil pelo Estado Islâmico, além de iniciar uma célula do grupo no país.
Conforme o documento assinado em 20 de abril pelo procurador da República Divino Donizette da Silva, os recrutadores criaram grupos de mensagens que levavam nomes nomes como “Uma bala na cabeça de todo apóstata” e “Na via de Alá, vamos”, nos quais os participantes trocavam informações que promoviam o terrorismo.
Um dos participantes afirma que "sempre conversa com vários recrutadores jihadistas [...] e que poderia ajudar na migração para o califado", segundo as investigações.
Em outra conversa, dois participantes propõem a explosão de um veículo com botijões de gás. Em outro trecho, um dos denunciados sugere que seja feito um atentado nos moldes do que foi realizado na Ponte de Londres, mas no carnaval do Rio de Janeiro.
As investigações começaram em 2016, após autoridades espanholas avisarem sobre a existência de grupos com trocas de mensagens que promovem o Estado Islâmico, porém com números do Brasil. Um dos gerenciadores é de Caldas Novas (GO), segundo as investigações.
Na denúncia do MPF consta que alguns deles, em depoimento à polícia, confessaram que faziam contato com simpatizantes do Estado Islâmico que moravam na Turquia, Síria, Líbia e até no Brasil, além de possuírem materiais com instruções sobre como fabricar artefatos explosivos.
Além de cometer o crime de organização terrorista, cinco deles também foram denunciados por corrupção de menores, pois tentaram recrutar, na época, um adolescente para participar do Estado Islâmico.
Apenas um dos denunciados está preso. Ele está detido na Penitenciária Federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.