Novo Brics: Maioria de países-membros tem viés anticristão

Etiópia, Irã, Arábia Saudita, Egito e Emirados Árabes Unidos passaram a integrar o Brics oficialmente em 1º de janeiro.

fonte: Guiame

Atualizado: Sexta-feira, 5 Janeiro de 2024 as 3:44

Bandeiras dos 5 países membros inciais do bloco econômico Brics. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Bandeiras dos 5 países membros inciais do bloco econômico Brics. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O ano de 2024 começa com uma nova configuração do bloco econômico Brics, que é a sigla dos cinco países que formam o grupo desde sua existência em 2006: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Após aprovação em uma reunião de cúpula do ano passado em Joanesburgo, cidade sul-africana, o grupo original estendeu convites a outras nações.

Etiópia, Irã, Arábia Saudita, Egito e Emirados Árabes Unidos passou a integrar o Brics oficialmente em 1º de janeiro. Dos convidados, apenas a Argentina, agora sob a gestão de Javier Milei, não aceitou fazer parte do bloco.

Quatro dos novos países que foram acolhidos no Brics têm o islamismo como religião predominante e quase todos aparecem na Lista Mundial de Perseguição aos cristãos, divulgada anualmente pela Portas Abertas.

Etiópia

Em fevereiro de 2023, três cristãos foram mortos e pelo menos quatro ficaram feridos após um ataque a uma igreja ortodoxa na cidade de Shashimani, na Etiópia.

Etíopes que se convertem ao cristianismo são violentamente perseguidos na Etiópia. (Foto representativa: Portas Abertas)

Apesar de ser um país majoritariamente cristão, em 2021 uma tragédia ainda maior marcou a comunidade etíope: um relatório publicado pela Anistia Internacional mostrou imagens de satélites com valas comuns no norte do país, indicando que centenas de pessoas foram massacradas na região de Tigray, predominantemente cristã.

Irã

No Irã, que é sabidamente um país anti-Israel e supostamente financiador de grupos terroristas como o Hamas e o Hezbollah, que atualmente estão em guerra com o exército israelense, também promove perseguição ao cristianismo.

Recentemente, veio à tona o caso da misteriosa prisão da missionária Bita Rezaei, fundadora do instituto “House of Kindness” (“Casa da Bondade”) para crianças com deficiências psicológicas e físicas.

O trabalho missionário estava indo bem, até que em uma manhã a casa de Bita foi invadida por cinco agentes do serviço de segurança, enquanto ela e seu filho dormiam. Na prisão, Bita foi interrogada várias vezes e sofreu uma lesão nas costas quando foi empurrada de uma escada com os olhos vendados.

Após pouco mais de um ano, Bita foi “milagrosamente” libertada e reencontrou seu filho. Eles deixaram o Irã e foram para a Alemanha. Atualmente, ela conta seu testemunho e continua compartilhando Jesus por onde passa.

Arábia Saudita

A Arábia Saudita tem o Islã como religião oficial e abriga uma população majoritariamente muçulmana, representando mais de 90% dos habitantes.

Embora existam alguns cristãos e outros praticantes religiosos, o país impõe restrições estritas a outras religiões, proibindo sua prática aberta. Essa predominância islâmica reflete-se nas políticas e na cultura sauditas, onde as práticas e expressões religiosas fora do Islã enfrentam limitações significativas.

A Arábia Saudita apareceu no Relatório Anual sobre Liberdade Religiosa Internacional, do Departamento de Estado dos EUA, referente a 2021 devido à deterioração da liberdade religiosa no país.

Egito

Majoritariamente muçulmano, o Egito tem entre 80% e 90% de uma população de cerca de 95 milhões como praticantes do Islã, predominantemente na vertente sunita.

Uma minoria, aproximadamente 9%, segue a Igreja Ortodoxa Copta da Alexandria, representando um ramo do cristianismo no país.

A morte injustificada do cristão Fady deixou sua família inconsolável. (Foto representativa: Portas Abertas)

Uma notícia divulgada recentemente pela organização Portas Abertas, relata que o cristão egípcio Fady foi atacado e morto por um extremista islâmico, que o esmagou com uma escavadeira.

Ainda em 2023, em Alexandria, muçulmanos radicais de um vilarejo fizeram de tudo para impedir a conclusão da reforma de uma igreja local, construída em 1974.

Caminhões que estavam no local começaram a ser apedrejados pelos vizinhos. A nova estrutura já estava pronta quando o primeiro caminhão de concreto chegou para encher a laje, mas os motoristas não puderam fazer a entrega porque os vizinhos muçulmanos começaram a jogar pedras e tijolos enquanto gritavam “Allahu Akbar” — que quer dizer “Alá é grande” ou “Alá é maior”.

Emirados Árabes Unidos

Nos Emirados Árabes Unidos, a maioria da população segue o Islã, com 85% sendo muçulmanos sunitas. Os muçulmanos xiitas representam os 15% restantes dos emiradenses, concentrando-se principalmente nos emirados de Xarja e Dubai.

Apesar de ser majoritariamente muçulmano, em 2020 o país assinou os Acordos de Abraão, documento no qual Israel estabeleceu laços formais com o estado árabe.

Índia e China

Dos integrantes iniciais dos Brics, a Índia e a China são velhos regimes anticristãos.

A Índia é o país onde os cristãos enfrentam grande perseguição, especialmente de grupos radicais hindus, enfrentando violência extrema e lei anticonversão.

Além disso, mulheres cristãs são vítimas de estupros, às vezes, coletivos, igrejas são incendiadas ou derrubadas e pastores atacados e presos, sem que o governo de Narendra Modi condene os atos dos extremistas.

Na China, que é governada pelo regime comunista de Xi Jinping, demolições de igrejas, manipulação de textos bíblicos e prisão de pastores têm sido uma constante.
Segundo Bob Fu, o Partido Comunista está reprimindo a Igreja de forma generalizada. Recentemente, o pastor revelou que perseguição na China é a pior em 40 anos, uma verdadeira “guerra contra cristianismo”.

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