Há 11 anos, quando Colorado e Washington se tornaram os primeiros estados dos EUA a legalizar o uso recreativo da maconha, seus defensores diziam que quando comparada a outras substâncias legais como álcool e cigarros, a maconha era menos destrutiva, menos viciante e menos fatal.
Hoje, depois de mais de uma década de maconha recreativa legal, novos dados foram apresentados, conforme John Stonestreet e Jared Eckert para o Christian Today: “Longe de ser segura, a maconha recreativa é claramente uma perda líquida para a saúde pública. Mais e mais estudos, de fato, estão mostrando que a droga representa uma série de riscos graves para a saúde, em particular para mães grávidas, homens e trabalhadores”.
De acordo com o estudo canadense publicado no mês passado, o número de visitas hospitalares para mulheres grávidas em Ontário quase dobrou desde que o Canadá legalizou o uso recreativo da maconha, em 2018.
Dos atendimentos médicos relacionados à maconha, a maioria foi de emergência. Como observou o pesquisador principal, Dr. Daniel Myran, “os incidentes relacionados à maconha são bem sérios”.
Outra pesquisa descobriu que bebês nascidos de mães usuárias de maconha são mais propensos a serem prematuros e abaixo do peso, e mais propensos a serem internados em unidades de cuidados neonatais.
Embora sejam necessárias mais pesquisas para determinar o papel exato que a maconha desempenha em prejudicar as crianças no útero, as correlações são suficientes para recomendar que mães grávidas não consumam a droga.
‘Não é uma substância inocente e isenta de riscos’
O uso de maconha também está intimamente ligado ao aumento das taxas de doenças mentais entre os homens jovens. Um novo estudo do National Institutes of Health, que analisou mais de 6 milhões de indivíduos ao longo de cinco décadas, descobriu que até 30% dos casos de esquizofrenia entre homens de 21 a 30 anos estão relacionados ao uso pesado de maconha.
Os homens que usavam cannabis eram três vezes mais propensos a desenvolver esquizofrenia do que as mulheres. Como disse o vice-diretor do Instituto Nacional de Abuso de Drogas dos EUA, Dr. Wilson Compton: “A mensagem clara é que a maconha pode não ser a substância inocente e isenta de riscos que tantas pessoas acreditam”.
‘Maconha x acidentes de trabalho’
Além disso, o uso de maconha também representa sérias ameaças para quem está no local de trabalho. De acordo com outro novo relatório, as taxas de positividade da maconha têm subido constantemente em vários setores na última década, especialmente em empregos de serviços, varejo e finanças ou seguros.
Essas taxas de positividade aumentadas se correlacionam com um número aumentado de acidentes de trabalho que, posteriormente, revelaram o uso de cannabis.
Apesar de um declínio nesses tipos de acidentes entre 2002 e 2008, o número aumentou mais de 200% na última década. A partir de 2022, os acidentes relacionados à cannabis atingiram o nível mais alto de todos os tempos nos EUA.
‘Indústria bilionária’
Nas últimas duas décadas, mais estados americanos legalizaram o uso recreativo da maconha, defendendo-a como uma “substância inofensiva”.
No entanto, dado o crescente número de evidências mostrando o contrário, a legalização e a promoção do uso da maconha não devem ocultar, obscurecer ou negar o que se sabe agora sobre a droga.
Atualmente, a indústria da maconha representa cerca de 32 bilhões de dólares (equivalente a mais de 150 bilhões de reais). E o que faz girar essa indústria viciante é justamente a legalização e a promoção da maconha recreativa.
Ou seja, tudo em nome do dinheiro e do lucro. Como todas as indústrias que se alimentam de vícios, como jogos de azar ou pornografia, a maconha tem menos a ver com ajudar as pessoas e mais com mantê-las viciadas e pagando o alto preço por isso.
Embora neste ponto pareça quase impossível eliminar esse “gênio destrutivo” da atual geração, qualquer estado, empresa ou pessoa verdadeiramente interessada em ajudar os outros trabalhará para controlar o tráfico imprudente do uso recreativo da maconha.